São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Ator escreveu sobre doença

DA SUCURSAL DO RIO

Em meio à luta contra a Aids, Caíque Ferreira teve um motivo de grande alegria no mês passado: fechou contrato com a editora Relume Dumará para o lançamento de seu primeiro, e único, romance literário –"O Vinho da Noite". O livro deverá ser lançado em março e conta a história de um homem de meia idade que reavalia toda sua vida ao saber que é portador de uma doença incurável.
Sem ser autobiográfico, o livro foi finalizado nos últimos seis meses, período em que o ator conviveu intensamente com a doença e refletiu sobre a morte inevitável. Além do romance, Caíque deixou material para mais dois livros de poesia, disse um de seus irmãos, o músico Dodo Ferreira.
Segundo o ator e amigo Arnaldo Marques, 40, Caíque "surpreendeu e cativou os médicos por sua lucidez na forma de encarar a doença". A imunologista Maria Regina Cotrim, que tratava do ator, era uma das mais emocionadas no enterro. Adepto da homeopatia e contrário a tratamentos radicais, o ator se recusava a tomar o AZT, droga usada para o tratamento de aidéticos que provoca anemia.
O ator resistiu também a submeter-se à biópsia no fígado, que acabou provocando hemorragia e consequente infecção generalizada. "Ele não queria que sua morte fosse adiada por meio de aparelhos ou outros métodos artificiais e dizia que queria ir logo quando chegasse a hora", contou Marques. (MM)

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