São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Para Passarinho, houve abuso

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vazamento de informações sobre a movimentação bancária de pessoas ligadas ao governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que não tinham tido quebrado seu sigilo bancário provocou uma nova crise na CPI do Orçamento. O próprio presidente da comissão, senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), levantou a suspeita de que a Subcomissão de Bancos tenha transgredido a lei do sigilo bancário.
O vazamento se referiu a duas contas. Na conta do ex-capataz de uma fazenda de Roriz, Valdivino Pinheiro, foram encontrados depósitos equivalentes a US$ 7 mil para sete deputados distritais de Brasília.
A outra conta investigada é fantasma e está em nome de Vanderlan Soares. Desta conta saíram US$ 730 mil para o jornalista Ronaldo Junqueira, que repassou US$ 159 mil para Roriz.
Passarinho considerou a investigação destas contas um "abuso" da subcomissão. Para ele, se a Subcomissão de Bancos tinha conhecimento de dados sobre contas cujo sigilo não foi quebrado é porque tinha invadido esta conta. "Não sou obrigado a regularizar bandalheira", disse.
A subcomissão de bancos afirma que recebeu estes dados oficialmente do Banco Central. A CPI teria pedido ao BC que rastreasse depósitos e pagamentos feitos da conta de Roriz. Esta investigação teria revelado as contas de Vanderlan e Valdivino. O BC informou oficialmente ontem que não recebeu da CPI nenhum pedido oficial de investigação do esquema Roriz.
O deputado Aloízio Mercadante, da Subcomissão de Bancos, disse que as informações sobre as contas que abasteceram os sete deputados distritais e o jornalista apareceram no momento em que o BC levantou a origem dos recursos depositados na conta de Roriz. Desse modo, segundo Mercadante, se chegou a Junqueira e Wanderlan.

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