São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Congresso adia CPI da CUT para março

RAQUEL ULHOA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso decidiu adiar por dois meses a instalação da CPI da CUT (Central Unica dos Trabalhadores). O adiamento é resultado de um acerto entre os líderes do PT, PMDB, PFL e PMDB. Somados, estes partidos têm ampla maioria no Congresso.
A decisão teve apoio dos presidentes da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE), e do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB). Os dois disseram esta semana que o assassinato do sindicalista Oswaldo Cruz havia tornado urgente a instalação da CPI.
Os líderes do PPR, PP e PDT querem instalar imediatamente a CPI, mas seus partidos são minoritários. No próximo dia 25, será feita nova reunião sobre o assunto, mas Inocêncio diz que o adiamento é definitivo.
O acordo para adiar a CPI da CUT incluiu o atraso em outras duas comissões de inquérito que deveriam ser iniciadas imediatamente pelo Congresso. Também foram proteladas por dois meses a CPI das empreiteiras e a CPI que investigaria a forma de financiamento eleitoral de todos os partidos.
Esta CPI, que investigaria todas as eleições nos últimos cinco anos foi pedida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ele tinha conseguido na quarta-feira reunir as assinaturas de parlamentares necessárias à formação da CPI.
O argumento para o adiamento foi que as CPI atrapalhariam a revisão constitucional. A proposta de adiamento foi apresentada pelo líder do PSDB no Senado, Mário Covas (SP). "O objetivo não é evitar as investigações. O que queremos é esperar pelos menos a votação das punições propostas pela CPI do Orçamento", disse Covas.
Belo Horizonte
O presidente da CUT em Minas Gerais, Carlos Calazans, 32, disse ontem que o apoio da entidade ao então candidato do PT à Presidência da República em 1989, Luiz Inácio Lula da Silva, incluiu uso do carro de som e confecção de panfletos, que mostravam a opção feita pela central mineira.
Calazans disse que o apoio dado a Lula no segundo turno da eleição presidencial pode se repetir este ano. "Se, no segundo turno, ocorrer o mesmo quadro, com dois candidatos com projetos diferentes, vamos optar por um e repetir tudo", disse, acrescentando: "Não podemos nos intimidar com essa CPI (da CUT)".
Segundo ele, a CUT-MG adotou o mesmo procedimento no apoio ao prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT), na campanha de 92. "Colocamos a nossa estrutura à disposição de um projeto.

Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte

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