São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Brasil é o décimo país em morte infantil

JOÃO BATISTA DE ABREU
DA SUCURSAL DO RIO

Brasil é o décimo país em óbito infantil
Relatório da Unicef mostra que em 1992 morreram no país 236 mil crianças com idade inferior a 5 anos
Em 1992 morreram no Brasil 236 mil crianças com idade inferior a 5 anos, o que deixa o país na décima colocação entre as nações de maior número de óbitos infantis. O primeiro lugar é ocupado pela India, com 3.212 mortes de crianças. Os dados fazem parte do relatório Situação Mundial da Infância 1994, divulgado ontem pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
A taxa brasileira de mortalidade infantil, de acordo com o relatório da Unicef, caiu de 118, em 1960, para 54 em 1992, em cada grupo de mil crianças com menos de 12 meses. Nesse ano, nasceram 3.626 mil crianças e a expectativa de vida do brasileiro alcançou 66 anos (números de 1992).
Entre 1983 e 1992, as principais doenças causadoras da mortalidade infantil registraram queda significativa. O sarampo caiu de 2,5 milhões de óbitos em 83 para 1,1 milhão em 92; as mortes por tétano diminuíram de 1,1 milhão para 600 mil; diarréia, de 4 milhões para 2,9 milhões; coqueluche, de 700 mil para 400 mil e poliomielite, de 360 mil para 140 mil.
A Unicef informa que as metas propostas para o final de 1995 incluem a eliminação do tétano neonatal, redução de 90% dos casos de sarampo e de 95% nas mortes causadas pela mesma doença, eliminação da poliomielite, da deficiência de vitamina A e do verme da Guiné.
O documento adverte que o problema da pobreza neste fim de século ameaça a maior parte dos países em desenvolvimento, dentro da espiral PPA (pobreza, população e ambiente). "É ilusório visualizar estes problemas como questões isoladas", afirma a entidade das Nações Unidas.
O relatório revela que a chamada Africa negra, ao sul do deserto do Saara, é a única região do mundo onde a pobreza se agrava irremediavelmente. O cidadão médio tornou-se 20% mais pobre nos últimos 10 anos e mais de 200 milhões de seres humanos não conseguem suprir suas necessidades básicas.
A Africa também é o continente mais afetado pela Aids: de cada grupo de 40 cidadãos, 1 está contaminado com o vírus HIV, sendo que em algumas localidades a relação chega a uma pessoa contaminada em cada três. A Unicef prevê que até o fim do século a Africa abrigará 10 milhões de crianças órfãs ou abandonadas por causa da epidemia de Aids.

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