São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
Próximo Texto | Índice

Doces Bárbaros exaltam Mangueira em show único

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Show: Doces Bárbaros
Músicos: banda de Gil: Arthur Maia (baixo), Celso Fonseca (guitarra), Marcos Suzano (percussão), Lucas Santana (flauta) e Jorge Gomes (bateria); banda de Bethânia: Jota Moraes (piano e teclado), Jaime Alem (piano e teclado), João Carlos Coutinho (sanfona), Adriano Gifonne (contrabaixo), Luiz Duarte (bateria), Daniel Garcia (sopros) e Reginaldo (percussão)
Quando: hoje, às 21h
Onde: quadra da escola de samba Mangueira (r. Visconde de Niterói, 1.072, tels. 021/234-4129 e 234-2050, zona norte do Rio de Janeiro)
Quanto: CR$ 4.000 (normal) e CR$ 10.000 (mesas); ingressos esgotados

Alto astral, altas transas, lindas canções. Gilberto Gil pulando de malha colante amarela. Gal Costa e Bethânia em modelos iguais. Caetano Veloso com miçangas hippies. Lua minguante ao fundo. Essa cena não se repetirá hoje à noite na quadra da escola de samba Mangueira, quando se reunirem os Doces Bárbaros diante de 4.000 pessoas (os ingressos estão esgotados). Afinal, 18 anos separam os quatro baianos da turnê que consagrou a turnê dos então "quatro cavaleiros do após calipso".
Os quatro senhores farão um show para recolher fundos para o Carnaval da Mangueira, cujo enredo exalta a trajetória dos Doces Bárbaros, do tropicalismo ao superestrelato. Em vez dos rocks antigos, vão interpretar clássicos. Do passado escolheram "Esotérico" (Gil) e "Os Mais Doces Bárbaros" (Caetano). A primeira inicia o show. A segunda integra o bloco final.
O quarteto encerra o espetáculo com "Exaltação à Mangueira", hino da Escola, e o samba-enredo deste ano, "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu" (David Corrêa-Carlos Senna-Paulinho-Bira do Ponto). Acompanha a bateria da escola.
"Não será o retorno do grupo", diz Gil. "Sempre que nos reunirmos seremos os Doces Bárbaros. Vamos só recordar". Caetano assina a direção musical e quer evitar o saudosismo. São 23 músicas. Cada um canta sozinho quatro. Bethânia, "Emoções" (Roberto Carlos) e "Sei Lá, Mangueira", "A Bahia te Espera" e "Cidade Maravilhosa". Gil, "Aquele Abraço, "Parabolicamará" e "Super-Homem". Gal, "London, London", "Meu Bem, Meu Mal" e "Bumbo da Mangueira". Caetano guarda segredo. Nada de lua no final, mas uma bandeira da Mangueira de 16 metros de comprimento por seis de altura. O após calipso virou samba.

Próximo Texto: Bandeirantes exibe espetáculo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.