São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Ligação partidária não é importante

Maioria prefere independente

MARCELO MENDONÇA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os partidos continuam em baixa junto aos eleitores do país. A maioria absoluta dos entrevistados pelo Datafolha prefere um candidato que não ligue para os partidos (56%), contra 36% que preferem alguém identificado com uma agremiação partidária.
É o mesmo resultado, praticamente, obtido na pesquisa anterior –55% a 35%. O desinteresse pelos partidos também aparece claramente em outra questão colocada aos entrevistados. A maioria dos eleitores acha mais importante a pessoa do candidato (44%) e seu programa de governo (41%) que o partido do candidato (7%).
A ligação com o partido é mais forte entre os simpatizantes do PMDB (48%), do PSDB (47%) e do PDT (46%). Lideram a preferência pelo "outsider", que corre fora das raias partidárias tradicionais, os simpatizantes do PPR (56%), do PFL (54%) e, surpreendentemente, do PT (52%).
O Sul é onde os entrevistados mais descartaram a ligação partidária como importante para seu candidato ao Planalto: 63%. Nessa região, 32% consideraram importante a identificação com um partido político.
Essa questão está diretamente relacionada com o interesss do entrevistado na política: quanto menor o interesse do eleitor por política, menos importante ele acha a identificação partidária do candidato. E vice-versa.
O eleitor brasileiro vota na pessoa, mas também na proposta de governo. É o que se pode depreender dos resultados obtidos pelo Datafolha. A diferença –44 a 41– está na margem de erro estatístico, o que configura um empate técnico.
O maior índice de voto na pessoa do candidato foi alcançado por Antônio Carlos Magalhães (49%).
Os que pretendem votar em Fernando Henrique Cardoso são os que mais se importam com a proposta de governo (49%), e os que menos se importam com a pessoa do candidato (41%). Os que menos se importam com a proposta de governo são os eleitores de Leonel Brizola e José Sarney (37%). (MMç)

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