São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Naufrágio mata mais de cem na Índia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mais de cem pessoas morreram afogadas, quando dois barcos se chocaram na baía de Bengala (90 km ao sul de Calcutá), segundo a polícia da India. O acidente aconteceu às 0h45 de ontem (hora local).
Ambas as embarcações levavam peregrinos e uma delas, chamada Ma Abhaya, que levava cerca de 150 passageiros para Calcutá, partiu ao meio depois da colisão.
A polícia da India informou também que 21 passageiros e três tripulantes foram encontrados com vida e levados para hospitais próximos. Mergulhadores profissionais ainda procuram sobreviventes na região. Cerca de cem vítimas ainda continuam desaparecidas.
Segundo as primeiras investigações, a má visibilidade devido a uma forte neblina causou o acidente e também atrapalhou a operação de busca. Depois de 15 horas, apenas dez corpos haviam sido resgatados. Nove deles eram de mulheres.
As duas metades do Ma Abhaya foram encontradas um pouco mais afastadas, sem nenhuma vítima por perto. Segundo os mergulhadores, o outro barco, proveniente de Namkhana, estava vazio e ía em direção à ilha sagrada de Sagar para buscar mais peregrinos.
As vítimas do acidente voltavam da ilha, onde participaram anteontem do Makar Sankranti. Trata-se de uma festa religiosa que marca o fim do inverno e que reuniu quase 500 mil pessoas vindas de todas as regiões do norte da India. Todo mês de janeiro, o mesmo número de pessoas comparece à celebração desta festa em Sagar.
No ritual de comemoração, os fiéis fazem uma adoração ao santo Kapil Muni em um templo local. Em seguida, fazem orações dedicadas aos seus ancestrais e se banham no mar da baía de Bengala, onde desemboca o rio Ganges. Segundo se acredita, este banho purifica a alma.
Segundo funcionários, a notícia da tragédia causou pânico entre os peregrinos. A administração local enviou supervisores ao porto para assegurar que os barcos que partiam em direção a Calcutá não estavam superlotados.
Outros acidentes já aconteceram na região antes, mas nenhum com a mesma gravidade do de ontem, segundo os funcionários.
A superlotação de barcos é um problema comum durante as festas religiosas, quando há uma grande demanda de passageiros em direção à ilha de Sagar ou para voltar dela.

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