São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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Prefeito quer Covas em chapa PMDB-PSDB

TALES FARIA; GILBERTO DIMENSTEIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O prefeito peemedebista do Recife, Jarbas Vasconcellos, defendeu ontem a candidatura a presidente da República do líder do PSDB no Senado, Mário Covas (SP), como a "melhor alternativa" para uma chapa unindo o PMDB e o PSDB nas próximas eleições. "Covas hoje é nome melhor sintonizado com as ruas", disse Jarbas.
No sábado passado, Jarbas fez essa mesma proposta ao ministro Fernando Henrique Cardoso, em um almoço no Recife do qual participaram Roberto Freire (PPS-PE), ex-líder do governo na Câmara, e o deputado Maurílio Ferreira Lima (PSDB-PE).
O acordo entre PMDB e PSDB já está praticamente fechado em Pernambuco. No almoço, FHC disse a Jarbas Vasconcellos que o apoiaria como candidato ao governo do Estado. O maior problema para a aliança entre os dois partidos é São Paulo. O PSDB foi criado justamente pelas dificuldades de convivência entre os atuais tucanos e o cacique local do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia. Mas segundo afirma o próprio Mário Covas, "trata-se de um problema de cúpula, porque na base dos dois partidos não há tantos desentendimentos".
Covas, no entanto, afirma que não assume uma candidatura à Presidência: "Já estou escolado em saber que não vale a pena concorrer a um cargo que eu não queira. E eu só quero concorrer a governador de São Paulo, nada de presidente. Pensei que o Jarbas fosse meu amigo."
A verdade é que o nome de Covas já circula no PMDB. O líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), quase divaga sobre o assunto. Ele defende que PMDB, PSDB, PDT, PP e PTB comecem já a articular uma candidatura unificada. "Sentaríamos todos à mesa com dois candidatos de cada partido: o Covas e o FHC entrariam, assim como o Quércia e o Antônio Britto (ex-ministro da Previdência) pelo PMDB. Aí faríamos um programa conjunto e formaríamos a chapa", defende Simon.
Na sua "mesa-redonda" sentariam também o governador do Rio, Leonel Brizola, e Jaime Lerner, pelo PDT, assim como, pelo PTB, o ex-ministro José Eduardo Andrade Vieira e o governador de Minas, Hélio Garcia. Pelo PP, o ex-governador do Paraná Alvaro Dias e o sindicalista Luiz Antônio Medeiros.

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