São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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Índice da Bolsa de SP atinge valor recorde

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Bolsa atinge valor recorde em dólar
Dólar comercial fica sem correção; mercado aguarda leilões de títulos públicos hoje
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiu ontem o maior valor em dólar (US$ 154,33) desde a sua criação em 1968. O recorde anterior ocorreu durante o Plano Cruzado, em 28 de abril de 1986, quando atingiu US$ 149,64.
Nesse cálculo, a Bolsa dividiu o índice nominal em pontos pela cotação média do dólar comercial de venda, de forma a chegar ao valor histórico real em dólar.
O índice Bovespa atingiu ontem 59.805 pontos com alta de nada menos que 8,5%. O presidente da Bolsa paulista, Alvaro Augusto Vidigal, explica a elevação nas cotações pela pressão de compra dos investidores estrangeiros, pelos balanços satisfatórios das empresas e pela confiança de que o plano econômico do ministro Fernando Henrique Cardoso será aprovado.
O dólar comercial esteve ontem praticamente com as mesmas cotações da última sexta-feira. Isso porque o mercado trabalhou com duas correções no dólar comercial na quinta-feira passada para compensar o feriado em Nova York ontem. A paralisação no dólar comercial ajudou a diminuir o deságio do paralelo.
O Banco Central realizou ontem três leilões de compra no mercado de dólar comercial para sustentar as cotações.
O mercado futuro de IGP-M projetou ontem inflação de 39,08%, contra 39,23% na última sexta-feira. O custo do dinheiro no mercado futuro de DI teve ligeira queda no juro para janeiro de 43,18% na última sexta-feira para 43,13% ontem.
Hoje ocorre o primeiro leilão de Notas do BC série especial (com variação cambial) no valor de US$ 2 bilhões. O objetivo é enxugar o dinheiro do mercado financeiro e pavimentar o terreno para a criação da URV. O BC volta a ofertar também os Bônus do Banco Central (BBCs).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,616% no dia 13, projetando um rendimento para o mês de 39,22%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 50,11% e 50,13% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 38,8206%. CDBs prefixados negociados ontem: de 9.480% a 9.360% ao ano para 31 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 18,0% a 20,6% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 50,12% a 50,31% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): de 9.480% a 9.530% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6%. Libor: 3,3750%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 8,5%, fechando com 59.805 pontos e volume financeiro de CR$ 87,22 bilhões, contra CR$ 85,19 bilhões no dia anterior. Rio: alta de 7,4% (I-Senn), fechando com 23.929 pontos e volume financeiro de CR$ 17,29 bilhões, contra CR$ 17,83 bilhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
Londres: baixa de 3,6 pontos, fechando a 2.615,7 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com baixa de 248,33 pontos, fechando a 18.725,37 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 387,560 (compra) e CR$ 387,570 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 387,560 (compra) e CR$ 387,570 (venda). "Black": CR$ 370,00 (compra) e CR$ 377,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 375,00 (compra) e CR$ 378,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 355,00 (compra) e CR$ 370,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,74%, fechando a CR$ 4.835,00 o grama na BM&F.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,4920. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,7555 marco alemão. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 111,22 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 391,60, contra US$ 389,50 na última sexta-feira.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 43,13%, contra 43,18% na última sexta-feira.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 79.400 pontos, projetando uma lucratividade de 44,72% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial ficou em 40,89%, contra 40,93% no dia anterior.
O mercado futuro de IGP-M projetou inflação de 39,23% para janeiro, contra 39,08% no dia anterior.

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