São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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Brahma compra empresa na Venezuela

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Brahma anunciou ontem a aquisição da Cia. Anônima Cervecera Nacional, vice-líder de mercado na Venezuela. A compra coincide com a criação de novos cargos em postos-chaves na empresa.
Com isso, a Brahma quer se tornar multinacional líder na América do Sul ao mesmo tempo em que se prepara, no mercado interno, para dar o troco à agressividade do marketing da Antarctica, fortalecido com o processo de reeestruturação da empresa.
Há cerca de 15 dias a Brahma criou um novo cargo: o de diretor-superintendente, ocupado por Magim Rodrigues, até então diretor de marketing. A idéia básica foi a de deixar o atual diretor-geral, Marcel Telles, solto para se dedicar a novos projetos do Banco Garantia –dono da Brahma– com opção de comandar o processo de expansão externa da cervejaria.
A empresa colocou ainda três gerentes para atender à chamada "conta clientes especiais", voltadas para grandes compradores.
A Brahma anunciou a compra da Nacional por fax e não atendeu jornalistas. A empresa concentrou sua comunicação externa na divulgação da campanha de carnaval –a largada foi dada com "O grito da N.º 1", no último domingo em Salvador– e manteve silêncio sobre questões estratégicas.
Os projetos de médio prazo da Brahma estão sendo acelerados como um todo depois que a Antarctica contratou a Arthur Andersen, realizou cortes e passou a praticar preços abaixo dos da concorrência.
Pelos últimos dados disponíveis da Nielsen (novembro de 93), a Antarctica parou de cair –o que já foi um começo capaz de mexer na estrutura de atendimento ao varejo da Brahma, deslocando até aqui o eixo principal na guerra das cervejarias –o do mercado publicitário– para a área comercial.
No mercado internacional, a Brahma continuará se expandindo no ano que vem, quando inaugura fábrica na Argentina. A Nacional terminou 93 com faturamento de US$ 60 milhões e produção de 250 milhões de litros/ano. Tanto na Argentina quanto na Venezuela, a Brahma prepara-se para enfrentar mercado oligopolizado. A líder de mercado venezuelana Polar detém 80% do mercado local, mesmo percentual ostentado pela Quilmes na Argentina.

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