São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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São Paulo mostra outro bom ponta-esquerda –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––18/01/94––––Autor: <FD:AUTOR>MATINAS SUZUKI JR. </FD:AUTOR><PW:Popup,1.0625,2.5>FÁTIMA; ELR <LT> .<EL>

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

São Paulo mostra outro bom ponta-esquerda
Toninho, com seus mísseis lançados para Guilherme e Jamelli, foi o grande destaque do time no domingo
Meus amigos, meus inimigos, de que fonte o time do São Paulo colhe as suas promessas de plenitude na ponta-esquerda?
O ataque (que inclui o sax-simbol Jamelli e o esperto Guilherme) se completou, no último domingo, com os "raids" pela esquerda do piloto da caça-bombardeiro Toninho atirando para a área do Flamengo.
Mas, da mesma maneira como, tradicionalmente, é fácil para o Morumbi revelar promessas de fazedores de felicidade do flanco esquerdo, é igualmente misterioso o destino destes seres endiabrados.
Lembro-me disto pensando em um ponta do mérito e da acrobacia de um Elivélton, por exemplo. Ou nas ilusões perdidas de uma grande esperança, o Sidnei (que, aliás, é irmão deste perigosíssimo Toninho).
Não sei bem a razão, mas é também intrigante que a lenda atribua ao Saci apenas a perna esquerda. Como a mitologia é quase sempre politicamente incorreta, a idéia do preto canhoto estaria ligada à marotice e a algum infortúnio.
É certo que a literatura e o desenho infantís "simpatizaram" a figura do Saci. E os grandes Canhoteiros se encarregaram de enterrar esta imagem para o futebol.
Mas por que será que o Morumbi, casa pródiga na tecnologia de ponta-esquerda, só vem dando certo por aquele setor com o Muller, uma espécie de feliz desterrado da ponta-direita?
Beleza
Por falar em São Paulo, que beleza ein, moçadinha? Rolo compressor, máquina mortífera, serial killer. O melhor do melhor da teen bolada. Wow!
Caso Raí
O "Cartão Verde" do último domingo tocou na delicadíssima questão Raí. Em termos psicanalíticos, acho que o Raí é mais um caso de psicose do que de carência motora.
Sem ser um gênio como o seu irmão Sócrates, no entanto, tem um ótimo domínio de bola, uma forte arrancada, é um eficiente organizador de jogadas e um frio finalizador. Só que tem alguma psicose que lhe dá um pouco este ar lânguido.
A importância do Raí hoje é mais simbólica do que concreta.
Mais do que nenhum outro jogador, ele evoca o renascimento do futebol brasileiro dos nossos dias, com a sucessão de vitórias que conquistou junto com o São Paulo nos últimos anos.
Raí talvez não seja mesmo o melhor jogador brasileiro da atualidade. Mas o mundo inteiro reconheceu nele o ressurgimento da força incomensurável do futebol desta terra.
Para ele, se estenderam todos os tapetes verdes. Este poder simbólico pode valer uma Copa do Mundo .
Raí não é intocável. Mas o planeta futebol inteirinho sabe que quem é Raí não perderá a majestade.
Cult
O cult jornal nova-iorquino "Village-Voice" colocou o desaparecido time de futebol da Zâmbia como o segundo melhor time de qualquer esporte coletivo de 1993 (o primeiro foi o Chicago Bulls, da NBA). Depois escolheu o Deportivo La Coruña em 23º, a seleção do México em 30º, o Milan em 31º e o São Paulo. Em 58º.

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