São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994 |
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Unita diz que Brasil vende armas a Angola
JAIR RATTNER
A acusação dirige-se à empresa brasileira Avibrás, que fabrica os mísseis. Segundo os acordos de Bicesse, assinados em Portugal em junho de 1991, nenhum país poderia vender armamento a qualquer dos lados. "Os acordos continuam válidos, mas sabemos que não são respeitados", afirma Carlos dos Santos, da representação da ONU em Lisboa. O problema seria a falsificação de documentos. Qualquer armamento só pode ser exportado com uma guia de destino –o que impediria a venda para Angola. Para sair do Brasil, o governo deveria ter conhecimento de país que recebe os mísseis. Não é o primeiro carregamento de armas para Angola. Na semana passada, as autoridades britânicas apreenderam um navio com tanques que ia da Rússia para o país africano. Apesar de os carros de combate terem sido vistos no convés, a declaração de carga dizia que eram máquinas agrícolas. A denúncia da Unita faz parte da guerra psicológica que envolve negociações entre o movimento e o governo de Luanda, que acontecem na Zâmbia. O governo conseguiu que o Conselho de Segurança da ONU aprovasse sanções contra a Unita. O vice-presidente da Avibrás, Rubens Porto, disse à Folha que está impedido "por clásulula contratual" de revelar se há ou não venda de armas para o governo de Angola. Porto afirmou que os acordos que impedem a venda de armamentos não valem mais. Texto Anterior: Zulus fazem protesto contra eleição Próximo Texto: IRA discute paz desde 90 com Londres Índice |
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