São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Blecaute atinge Paulista por 7 horas

DA REPORTAGEM LOCAL

Paulista fica sem luz por 7 horas
Mais de 500 mil pessoas foram afetas pelo blecaute; maioria dos bancos não chegou a abrir
Um blecaute de sete horas levou caos ontem à avenida Paulista (região central de São Paulo), provocando congestionamentos e paralisando as atividades da região. Parte do maior centro financeiro do país, que concentra 39% do PIB nacional, ficou sem energia elétrica das 9h20 às 16h23. Foi o mais longo blecaute já ocorrido na região central da cidade.
Mais de 500 mil pessoas foram afetadas. A maioria das 76 agências bancárias da avenida não chegou a abrir. Escritórios pararam e os funcionários foram dispensados. Restaurantes funcionaram à luz de vela e emissoras de rádio saíram do ar. Vinte cruzamentos da Paulista (90% do total) ficaram desligados durante todo o blecaute. O trânsito na Paulista, na alameda Santos e nas transversais somou um congestionamento de quase oito quilômetros. A velocidade média dos carros caiu 50% O trânsito –normalmente foi controlado por semáforos eletrônicos sincronizados– foi operado manualmente por 35 agentes da CET (Companhia de Engenharia de Trânsito).
Até o início da noite, a Eletropaulo (estatal que fornece energia elétrica para a Grande São Paulo) não sabia as causas do blecaute. Suspeitava-se que um dos quatro cabos subterrâneos do sistema Ibirapuera (uma das três subestações que alimentam a região da Paulista) foi rompido ou danificado em algum ponto, ainda não localizado.
O fato de os cabos elétricos serem subterrâneos obrigou os técnicos a visitarem os 189 poços que abrigam os transformadores do sistema Ibirapuera –que fornece energia suficiente para alimentar 340 mil lâmpadas de 100 watts. Os especialistas suspeitam que um curto-circuito em um dos cabos provocou o desligamento dos outros três. Testes ao longo do dia revelaram que três cabos estavam em condições de transmissão, o que permitiu o religamento.
Segundo Antoninho Borghi, 47, gerente de operações do Centro de Distribuição da Eletropaulo, nunca ocorreu um problema com essas dimensões em São Paulo. Há dez anos, uma empreiteira do Metrô rompeu três cabos subterrâneos próximo a uma praça do centro, mas o acidente era visível e os fios foram religados rapidamente.
A avenida Paulista só não ficou totalmente sem luz porque é alimentada por três sistemas subterrâneos. Graças a isso, edifícios como o da Fiesp e hospitais não foram afetados. O ramal Paulista do metrô funcionou normalmente.

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