São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994
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Remédios sobrem até 66,67% em 17 dias

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 23/01/94 O medicamento Diabinese é encontrado em embalagens de 30 comprimidos e não de 20 como foi publicado.
Remédios sobem até 66,67% em 17 dias
Nos primeiros 17 dias deste ano os remédios chegaram a ter aumento de 66,67%, como foi o caso do antidiabético Diabinese (250 mg, 20 comprimidos). Na média de 22 produtos de primeira necessidade, o reajuste de preços chegou a 45,57%, segundo levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácias do Rio de Janeiro. Desses medicamentos, só um teve reajuste inferior a 36%.
"Os laboratórios estão aplicando reajustes preventivos com medo da indexação em URV (Unidade Real de Valor)", afirmou o presidente do Conselho Regional, Raslan Abbas. Além disso, segundo ele, há uma clara pressão para que o governo altere o decreto 793, que estabelece que, nas embalagens dos medicamentos, o tamanho das letras da marca tem de equivaler a um terço do tamanho das letras do nome genérico (substância ativa).
Para Abbas, uma prova de que o 793 aumenta a concorrência e reduz preços é a pressão que os laboratórios, "a maioria oligopólios", estão fazendo para modificá-lo. Hoje o ministro da Saúde, Henrique Santillo, tem reunião com a indústria para discutir o decreto dos genéricos e Abbas afirma que a sociedade espera que "o governo não fraqueje". Para ele, o ministro não deveria nem discutir um decreto que já está em vigor (desde outubro).
O presidente da Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica), José Eduardo Bandeira de Mello, disse que esses reajuste de preços no início do ano não deveriam acontecer. "Não tenho como avaliar casos individuais pois não podemos interferir nos preços segundo determinou o próprio governo", disse. Mas afirmou ser possível ter ocorrido aumentos preventivos.
Bandeira de Mello disse que os dados da Fipe mostram que os antidiabéticos, como o Diabinese, assim como os anti-inflamatórios, tiveram reajuste abaixo da inflação nos últimos cinco anos. "Os antigripais tiveram aumento acima da inflação", afirmou. "Se algum antigripal subiu muito, o governo deveria conversar com o laboratório, individualmente."

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