São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994
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Alimentos levam inflação aos 40%

DA REDAÇÃO E DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de inflação superou os 40% em São Paulo. Pesquisa da Fipe registrou evolução média de 40,35% no Indice de Preços ao Consumidor na segunda quadrissemana de janeiro.
A aceleração da taxa de inflação se deve basicamente a alimentos, segundo Juarez Rizzieri, coordenador do IPC. Os paulistanos pagaram 46,49% mais pelos alimentos nas quatro semanas terminadas em 15 de janeiro do que pagavam na média das quatro terminadas em 15 de dezembro.
A pressão maior veio dos "in natura", que ficaram 54,04% mais caros no período. A liderança ficou com verduras, com alta de 103,27%, seguidas de legumes (mais 78,46%). Os pesquisadores da Fipe chegaram a registrar reajustes de até 181% entre os alimentos, como no caso da vagem.
Rizzieri classifica esta pressão de "in natura" de volátil. "Não é séria e pode não ter persistência. Termina rapidamante", afirmou.
O preço dos alimentos industrializados teve evolução de 42,6%. Açúcar (59,41%) e óleo de soja (52,36%) estão entre as lideranças de alta. Os semi-elaborados também mantiveram aceleração nos preços e estão com variações médias de 48,7%. O feijão subiu 62%, enquanto carnes e arroz ficaram 50% mais caros.
A pressão dos alimentos diminui nas próximas semanas, mas a inflação se mantém em alta (abaixo de 41%), diz Rizieri. Segundo ele, vai aumentar a pressão dos itens educação, serviços pessoais, aluguel e vestuário.
Despesas pessoais (42,18%), educação (41,23%) e saúde (40,93%) tiveram reajustes acima do IPC médio. Os remédios continuam em alta. Nos últimos 30 dias terminados em 15 de janeiro, ficaram 42,33% mais caros, em média. Os antiinflamatórios (55%) e os para diabetes (50%) subiram mais. A Fipe registrou, ainda, evolução de 32,78% nos custos com habitação, 38,03% em transportes e 30,83% em vestuário.
IBGE
A inflação da segunda quadrissemana de janeiro medida pelos índices de preços ao consumidor do IBGE no Rio e São Paulo chegou a 39,01% para famílias que ganham até 40 salários mínimos e a 39,13 para quem ganha até oito mínimos. Em relação à primeira quadrissemana, os preços aumentaram 0,93 ponto percentual na faixa de maior renda e 0,04 ponto na de menor. Em São Paulo, a alta foi de 38,66% na faixa de 40 mínimos e de 38,67% na de oito. Os preços foram coletados de 14 de dezembro a 14 de janeiro. A alta dos preços nos dois índices foi puxada pelos alimentos e bebidas. Na pesquisa baseada no consumo de quem ganha mais, eles apresentaram alta de 42,01%.
IGP-M
A segunda prévia do IGP-M (Indice Geral de Preços do Mercado) de janeiro mostrou inflação de 29,33% no período de 21 de dezembro a 10 de janeiro, com alta de 0,88 ponto percentual sobre a mesma prévia de dezembro.
Entre os três índices que compõem o IGP-M, a maior alta foi do IPC (Indice de Preços ao Consumidor), quer passou de 34,40% na segunda prévia de dezembro para 36,50% na segunda de janeiro. O IPA (atacado) apresentou uma variação de 26%. O INCC (custo da construção) caiu de 29,71% em dezembro para 26,71%.

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