São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994 |
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DISPUTA Herdeiros de Nelson Rodrigues querem exumar seu cadáver. PÁG. 3 MODA 20/01/94 Autor: CARMEN . HEGF hegf . Editoria: ILUSTRADAPágina: 5-1 Edição: NacionalTamanho: P 27 palavrasJAN 20, 1994 Legenda Foto: Nilo Feliciano e a modelo Tatiana Crédito Foto: Claudia Guimarães/Folha Imagem Vinheta/Chapéu: \<FD:"VINHETA-CHAPÉU"\>ATITUDE\</FD:"VINHETA-CHAPÉU"\> MODA Veja os problemas da moda e conheça os top maquiadores do país. PÁG. 6 Som brutal do Helmet chega ao Brasil 20/01/94 Autor: ALVARO PEREIRA JÚNIOR CARMEN . ALPEJ NOVAESNP PAULAONP HEGF hegf MAKA . Editoria: ILUSTRADAPágina: 5-1 Edição: NacionalTamanho: G 506 palavrasJAN 20, 1994 Legenda Foto: O grupo norte-americano Helmet, que faz shows no Brasil Crédito Foto: Divulgação Leia Mais: X Som brutal do Helmet chega ao Brasil ALVARO PEREIRA JÚNIOR Depois que um terremoto chamado Nirvana despedaçou o universo pop como nós o conhecíamos, fazer barulho, para bandas novas, virou quase uma imposição. Resultado: 99,99% do que apareceu era embuste. Ainda bem que existe o 0,01%. E ainda bem que desse 0,01% faz parte um grupo tão inovador como o Helmet, quarteto de Nova York que está vindo para três shows no Brasil (em São Paulo no Olympia, em Florianópolis e Capão da Canoa no M2.000). "Não podíamos recusar", disse por telefone à Folha o baterista do Helmet, John Stanier, sobre o convite para tocar aqui (leia entrevista com Stanier à pág. 5-7). A banda está extenuada. Não lançou disco em 1994. Em compensação, fez turnês com uma frequência desumana. Foi um ano e meio direto –EUA ("um milhão de vezes", brincou Stanier), Europa, Japão e Austrália. O cansaço levou a brigas internas, culminando com a saída do guitarrista Peter Megede, substituído por Rob Echeverria. Mas vale tudo para fugir do frio. Até tocar no Brasil. Helmet é brutal. É metal punk. Tem tamanho, peso intrínseco que dispensa volume alto. A banda foi cortejada por vários selos multinacionais, que viam nela um possível novo Nirvana. Acabou assinando com o Interscope, ligado à Warner, por US$ 1 milhão por três discos. Como notou o jornalista Jim Greer, da revista americana "Spin", é uma boa grana, mas nada muito absurdo. "Meantime", disco de estréia da banda no Interscope, vendeu 500 mil cópias. As duas guitarras do Helmet atacam sempre juntas, em pequenas células separadas por um silêncio nunca menos que perturbador. Algo como um samba de breque transposto para o domínio eletrificado do rock. As letras –irônicas, eruditas, denunciando que os músicos talvez tenham estudado um pouco demais– são gritadas. Não há nenhuma ênfase na melodia. "O Helmet é uma grande seção rítmica", definiu o baixista da banda, Henry Bogdan, em uma entrevista à "Spin". Por trás do Helmet, há músicos de formação técnica e teórica rigorosa. O líder do grupo, o guitarrista Page Hamilton, é ligado ao circuito de vanguarda nova-iorquina. Já tocou em outra banda, o Band of Susans, que dedicou seu último álbum ao guru experimentalista John Cage. O baterista, Stanier, estudou percussão na universidade e cita Edgard Varèse como seu compositor predileto. Mas não pense que o Helmet afunda-se em fórmulas pretensiosas ou flerta com esse defunto chamado jazz. "Mesmo na época em que eu estudava música, sempre toquei em bandas de hardcore", disse Stanier. O som do Helmet é metal violento. De gente que sabe tocar mas não quer saber de frescura. Um Black Sabbath com ritmo acelerado, como mais de um crítico americano já comparou. Os dois únicos LPs do Helmet já foram editados no Brasil. "Strap It On" (1990) saiu nos EUA pela gravadora independente Amphetamine Reptile. "Meantime", de 1992, foi a estréia da banda em um selo grande, o Interscope. Depois que o Helmet estourou, o Interscope comprou o "Strap It On" da Amphetamine Reptile e o relançou. Vale correr atrás. LEIA MAIS Sobre o Helmet à pág. 5-7 Próximo Texto: Ovos moles; Bonfim; Arado; Guirlanda; Sundown Índice |
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