São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994
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Casa de acusado de assassinato é incendiada

Eugênio Urti, 50, teria sido morto por defender o filho deficiente mental de um tapa levado pelo suspeito
A casa do comerciante Aldemir Antônio dos Santos, 35, foi incendiada ontem de madrugada na rua Dom Bosco, no Brás (região central de São Paulo). Santos está foragido desde terça-feira. Ele é acusado de ter assassinado com quatro tiros, naquele dia, o comerciante Eugênio Urti, 50. Além da casa de Santos, também foram queimados seu bar e sua borracharia.
Segundo o investigador Roque Ferreira, 27, do 8º DP (Brás), ainda não há pistas sobre quem teria incendiado a casa, o bar e a borracharia do comerciante Santos. "Provavelmente isso foi uma vingança de moradores da rua por causa do assassinato de Urti", afirmou o policial.
O Corpo de Bombeiros foi chamado pela polícia para apagar o incêndio e conseguiu impedir que ele atingisse outras casa da rua. Com o fim do fogo, os peritos do Instituto de Criminalística examinaram a área incendiada para encontrar indícios que comprovem a suspeita de que o incêndio foi criminoso. Segundo o investigador, o laudo deverá ficar pronto dentro de 30 dias.
De acordo com a polícia, a briga entre os comerciantes começou na última segunda-feira, quando o filho de Urti, Pedro Urti, 30, quebrou, acidentalmente, uma garrafa no bar de Santos. Por causa disso, o dono do bar teria dado um tapa em Pedro, que é deficiente mental, e o posto na rua.
Pedro contou para seu pai, que trabalhava com sucatas, o que havia acontecido. O comerciante Urti foi até a borracharia de Santos. Os dois discutiram. Urti teria dito: "Você não percebe que o tapa no meu filho foi uma covardia". Santos teria se irritado e desferido um golpe em Urti com um pedaço de borracha. Este revidou, dando um tapa em Santos.
Urti resolveu chamar a polícia. Os PMs conversaram com ele e Santos a fim de que os dois fizessem as pazes. Pouco depois dos policiais deixarem a borracharia, Santos teria ido até sua casa e pego um revólver. Ele teria entrado em seu Monza e perseguido Urti.
Segundo a polícia, ainda dentro do carro, Santos disparou o primeiro tiro. A bala acertou Urti pelas costas. Em seguida, ele teria descido do carro e feito mais três disparos. Após o crime, Santos teria retornado para casa, pego sua mulher, seu filho e fugido. O 8º DP instaurou inquérito para apurar o crime, mas até ontem as 18h não havia conseguido capturar Santos.

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