São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994![]() |
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Carne vermelha volta à mesa sem culpas nos anos 90
FERNANDA GODOY
Nenhum lugar é melhor para se comprovar isso do que Manhattan. Restaurantes de carne estão tomando conta da cidade. E as grandes cadeias de 'steakhouses' não precisam mais ficar confinadas ao Texas. "Nós não somos yuppies, podemos comer o que queremos", diz Christian Vincent, morador do sofisticado bairro de TriBeCa, enquanto ataca seu "steak au poivre" (bife com molho de pimenta) no restaurante Raoul's, no SoHo. Segundo o gerente do Raoul's, cerca de 50% dos pedidos feitos por seus frequentadores são de carne vermelha. Só o "steak au poivre" representa 35% do movimento da casa. "O que acontece é que as pessoas ficaram mais exigentes. Só comem carne se for mesmo de primeira qualidade", explica o chef de cozinha Karl Otto Schmidt. Pode ser. Mas pode ser também que, numa cidade em que todos têm atitudes para tudo, as pessoas estejam se cansando de obedecer a figurinos. Acontece fenômeno semelhante com o cigarro: após anos de quedas constantes no número de fumantes, a curva se estabiliza. "Acho que a histeria está passando. Algumas pessoas estão vendo que carne vermelha na medida certa não faz mal. E outras estão deixando de ser hipócritas e assumindo que comem e gostam mesmo de comer carne", diz Roberto Cannini, maitre do restaurante Opus 2, uma espécie de churrascaria aberta há seis meses no miolo de Manhattan, confirmando a expansão do ramo. Mas os brasileiros que vierem a Nova York pensando em desfrutar dos prazeres da carne devem antes rechear a carteira: uma refeição que inclua um belo filé, um copo de vinho ou uma cerveja e café, não sai por menos de US$ 40, cerca de CR$ 16 mil. Sem direito a rodízio. Texto Anterior: O mundo impõe o desejo de lutar Próximo Texto: Londres tem lobby carnívoro Índice |
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