São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Castradora do marido é absolvida nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Erramos: 08/02/94 O júri que inocentou Lorena Bobbitt era composto de sete mulheres e cinco homens (como informa o texto) e não sete homens e cinco mulheres, como afirma incorretamente o subtítulo.
Castradora do marido é absolvida nos EUA
Lorena Bobbitt, 24, foi absolvida ontem das acusações de agressão com dolo e ferimento ilegal contra seu marido, John Wayne Bobbitt. Em 23 de junho de 1993, Lorena cortou o pênis do marido, depois de, segundo ela, ter sido estuprada por ele. John Bobbitt, 26, também foi absolvido, em novembro, da acusação de estupro marital.
A defesa de Lorena argumentou que ela agiu sob "insanidade temporária" provocada por muitas agressões físicas e sexuais nos seus quatro anos e meio de casamento. O júri, composto por sete mulheres e cinco homens, aceitou por unanimidade essa alegação.
Se fosse considerada culpada, a ré estava sujeita a uma pena máxima de 20 anos de prisão.
O caso, que foi julgado na cidade de Manassas, Estado de Virgínia, região metropolitana de Washington, mobilizou a opinião pública dos EUA nos últimos meses. Pesquisa da revista "Newsweek" publicada esta semana mostra que, embora só 16% dos entrevistados considerassem Lorena inocente, 38% preferiam que ela não fosse condenada a pena de prisão.
O juiz Herman Whisenant determinou que Lorena Bobbitt fique sob custódia do Estado de Virgínia em uma instituição pública de saúde mental por um período máximo de 45 dias para que psiquiatras determinem se ela constitui ameaça à sociedade. A defesa protestou contra a decisão de Whisenant, sob o argumento de que os psiquiatras ouvidos na corte consideraram Lorena sã.
Ontem e na noite de quinta-feira, após os argumentos finais ao júri, cerca de 500 pessoas aguardavam Lorena à saída do tribunal para demonstrar apoio a ela. Com flores, cartazes e bandeiras do Equador, país-natal da ré, os manifestantes suportaram temperaturas de até -12 ºC para oferecer apoio a ela.
Reconciliação
Em Waynesville, Carolina do Norte, Costa Leste do país, Cynthia Mason Gillett, 28, também saiu em liberdade ontem de um tribunal, onde era acusada de ter colocado acetona e fogo no pênis do marido, Gursham Gillett, 27. O marido se recusou a depor contra ela. Cynthia foi condenada a 240 horas de serviços comunitários. O casal está reconciliado.

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