São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Desentrosamento ameaça o Corinthians

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de entrosamento é o maior problema da nova equipe do Corinthians na estréia do Campeonato Paulista, contra a Portuguesa, às 16h. Como o adversário, a equipe voltou das férias há menos de 15 dias. O problema é o número de jogadores que chegaram, voltaram ou saíram desde o fim do Campeonato Brasileiro, no meio de dezembro. Além disso, é possível que Casagrande não jogue, devido a uma contusão.
Em relação à equipe que disputou o Campeonato Brasileiro, saíram 13 jogadores. Cinco estavam emprestados e foram devolvidos: Rivaldo e Leto (Mogi Mirim), Simão e Norton (Internacional) e Mabília (Grêmio). Dois não renovaram o aluguel de seus passes: Luís Carlos Winck e Hugo. Sete foram emprestados ou vendidos: Válber (Yokohama Flugels), Marcelo (Lyon), Vladimir, Ergos e Baré (Comercial), Admílson (Inter-RS) e Felício (Santo André).
Em contrapartida, foram contratados Moacir, Marcelinho Carioca, Casagrande, Gralak, Valdo, Daniel e Wilson Mano e voltaram Adil, Fabinho e Biro-Biro. Dos juniores, Fabinho e Marques já foram promovidos. As contratações custaram cerca de US$ 3 milhões, uma das maiores quantias gastas por um clube paulista nesta temporada.
O técnico Afrânio Riul, contratado no dia 10, ainda não conseguiu implantar totalmente seu esquema ofensivo numa equipe treinada em 1993 por Nelsinho e depois Mário Sérgio, que se destacaram por marcação forte e esquema tático detalhado. "Só com os jogos é que iremos chegar a uma melhor condição", disse Riul após o coletivo de sexta-feira à tarde, que terminou 1 x 1.
Para manter na equipe os 11 melhores na sua opinião, Riul vai fazer a experiência de pôr Zé Elias como misto de volante e meia, com a camisa 11. "Ele tem muita força e muita vontade. Tenho que aproveitar isso", disse. O técnico quer que Zé Elias atue como falso ponta e apareça na entrada da área para finalizar a gol.
O jogador com maior liberdade em campo será Marcelinho. Riul quer aproveitar sua mobilidade e transformá-lo no "motor" do ataque corintiano, como no tempo de Flamengo. Além disso, Marcelinho é o encarregado de cobrar faltas e escanteios.
Outra surpresa prometida pelo técnico é fazer os laterais Leandro Silva e Elias, de características defensivas, apoiarem mais o ataque. Ele não diz abertamente, mas espera que os recém-contratados Valdo e Daniel, mais ofensivos, se entrosem rápido para reforçar a equipe.
Na frente, Casagrande, que sentiu dores no tendão de um músculo da coxa direita na quinta-feira à tarde, deve ficar de fora, dando lugar a Tupãzinho. Na sexta-feira à noite, o médico Joaquim Grava disse que o jogador tinha 5% de chances de jogar. Sua esperança se baseava apenas na "enorme capacidade de recuperação do Casa". "Conheço ele desde os 12 anos", acrescentou.
Com ou sem Casagrande, Riul espera que o ataque se mova o tempo todo, confundindo a defesa e abrindo espaço para os jogadores de meio. Hoje à tarde, se saberá o quanto disso vai acontecer.

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