São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 1994
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Apesar das reclamações a camisinha é necessária

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Li a coluna 'Sexo' de 3 de janeiro em que você respondeu para uma adolescente que não queria usar a camisinha, que isso só podia ser por preconceito porque as vantagens do método são enormes. Discordo: pode ser por desconforto e perda de prazer, recusa do parceiro em usar, insegurança quanto à sua eficácia. A camisinha, sob a síndrome da Aids, virou a maior maravilha do mundo: não apresenta problemas nem desvantagens. Não é bem assim. O preservativo tem vários problemas, dentre eles a perda do prazer. Precisamos relativizar: camisinha pode ser boa para uns e ruim para outros."
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Você tem razão em um ponto: a camisinha, como qualquer outro método anticoncepcional, apresenta vantagens e desvantagens. Como ela é feita de borracha, pode provocar alergia em algumas pessoas, provocando o aparecimento de irritação ou coceira na vagina ou no pênis. Quase sempre esse problema é resolvido com uma simples troca de marca da camisinha em uso.
Casos de rompimento são raros: ocorrem na proporção de um para cada mil preservativos. Isso quando são de boa qualidade e usados corretamente. Muita gente consegue arrebentar a camisinha por não seguir corretamente a forma de utilização. Quando isso ocorrer, a mulher deve colocar imediatamente uma porção de espermicida na vagina. O homem deve urinar, lavar o pênis com água e sabonete e colocar uma nova camisinha para prosseguir a transa.
Muitos homens reclamam da perda de sensibilidade que o uso da camisinha acarreta. Pode ser. Hoje o material usado é bastante fino, mas resistente.
O mais importante, principalmente para quem começa a vida sexual sabendo da existência da Aids, é saber da grande vantagem da camisinha: ela é o UNICO MÉTODO CONHECIDO QUE EVITA A TRANSMISSÃO do vírus durante a prática sexual. Com essa vantagem, todas as restrições ao uso da camisinha tornam-se pequenos problemas.
Nesse ponto, leitor, não dá para relativizar: a camisinha é boa para todos. E as mulheres devem mesmo é mandar passear os homens que se recusam a usá-la.

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