São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 1994
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Clinton tenta novo nome para a Defesa

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O atual subsecretário da Defesa, William Perry, foi indicado ontem pelo presidente Bill Clinton para a chefia do Departamento. Se tiver seu nome aceito pelo Senado, Perry entra no lugar de Les Aspin, que renunciou ao cargo em dezembro, mas permanece nele até a posse do sucessor.
A escolha de Perry aconteceu seis dias depois de o almirante da reserva Bobby Inman, primeira opção de Clinton para o lugar de Aspin, ter anunciado que havia desistido da nomeação. Inman acusou o que chamou de "novo macarthismo" de ter detruído sua indicação.
Perry, 66, é engenheiro. Trabalhou no Departamento da Defesa durante o governo Jimmy Carter nos anos 70, quando desenvolveu tecnologia bélica. Depois, foi consultor de empresas e era professor na Universidade de Stanford quando Aspin o convidou para o segundo posto do Departamento, em 93.
Antes de Perry, Clinton ofereceu o cargo de secretário da Defesa para o Senador Sam Nunn, do seu partido, o Democrata, e ao ex-senador da oposição Warren Rudman. Ambos recusaram o convite. Nunn tem criticado com dureza a política de Clinton para a defesa dos EUA.
Perry negou que tenha sido necessário convencê-lo para aceitar o cargo. O jornal "The New York Times" afirmou ontem que ele havia declinado da indicação em encontro com o presidente no sábado. Clinton negou que tivesse oferecido o Departamento da Defesa a qualquer pessoa exceto Perry.
Militares
Clinton tem tido sérios problemas em suas relações com os militares. A indicação de Inman, um militar da reserva, para um cargo que, por tradição, é ocupado por civis, tinha o objetivo de diminuir suas dificuldades com as Forças Armadas. Perry, embora civil, é bem aceito pelos comandantes militares. No Congresso, sua nomeação foi bem recebida ontem.
Les Aspin renunciou ao cargo por pressão de Clinton, após um ano em que os EUA sofreram humilhantes derrotas militares na Somália e no Haiti, dois dos países mais pobres do mundo. Aspin, que era deputado quando Clinton o chamou para o gabinete, gostaria de ter permanecido no posto durante mais tempo.

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