São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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ABL se divide entre João Cabral e Amado

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Ao voltarem das férias, em 17 de março, os imortais da ABL (Academia Brasileira de Letras) promoverão um chá das cinco para escolher um nome a ser indicado ao Prêmio Nobel de Literatura. Há duas correntes na ABL. Uma apóia o poeta João Cabral de Melo Neto e outra, o romancista Jorge Amado.
A votação será secreta, mas o teatrólogo Dias Gomes revela sua preferência –Jorge Amado– e afirma ser importante a ABL indicar apenas um nome para a academia sueca. A ABL poderia enviar três nomes ao plenário da academia sueca. E mais: segundo Dias Gomes, os suecos definiram o prazo de 1º de fevereiro para que os países façam suas indicações. O presidente da ABL, Josué Montello, porém, afirma que este prazo não é definitivo, e que será obrigado a apresentar um nome "com um certo atraso".
Montello –que é tido como um dos que apóiam João Cabral– aponta a necessidade da ABL escolher entre um dos dois, o que só poderá ocorrer com o fim do recesso, em março. O presidente da ABL desconversa sobre sua preferência. Como presidente, ele diz ter a função do desempate. "A preferência da academia é o plenário que vai dizer."
Jorge Amado, de Salvador (BA), afirma que um autor não deve ser candidato a nada: "Não me considero merecedor do Prêmio Nobel". João Cabral parece não querer ser incomodado com o assunto. Em sua casa, no Flamengo (zona sul), uma mulher atendeu o telefone e disse que ia ver se o poeta estava. Logo após, voltou afirmando que ele tinha ido viajar.

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