São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Desarticulados; De mãos abanando; Rombo provável; Perdas a granel; De fininho; Empurra-empurra; Não fica assim; Começou a caça; Dupla falta; De última hora

DE MÃOS ABANANDO

Desarticulados
A falta de quórum ontem para votar o Plano FHC evidenciou a desarticulação política do governo. Desde o Planalto, que foi omisso, até os partidos governistas, que não se mobilizaram, passando pelos líderes no Congresso.
O governo não se preparou para enfrentar as resistências naturais ao Pano FHC, nem tampouco para os efeitos que a sucessão presidencial já surte no Congresso. Trocou a revisão pelo Plano FHC e pode ficar sem ambos.
Rombo provável
As perdas totais do Plano FHC com a conturbada votação no Congresso podem chegar a US$ 810 milhões, calculam assessores técnicos do Legislativo. É cerca de 30% da receita pretendida com a parte tributária do plano.
Perdas a granel
Para os técnicos, o governo perde US$ 200 milhões em ITR e US$ 200 milhões com a mudança do IR sobre lucros. Mais as MPs não votadas: US$ 260 milhões do IRPJ e US$ 150 milhões da taxa de fiscalização dos bancos.
A caça aos deputados ontem para completar o quórum beirou o ridículo. Foram procurados em restaurantes e até em aviões que saíam de Brasília. Mas nenhum deles se identificou, temendo a reação de outros passageiros.
Empurra-empurra
José Genoino (PT-SP) acha que o aumento de IR apenas para pessoas físicas afeta também o Congresso. "Vai piorar a imagem, que já não é boa", diz. Delfim Netto (PPR-SP) discorda: "A culpa é toda do Executivo."
Não fica assim
FHC ouvirá apelos de parlamentares tucanos para que dê uma "paulada" em bancos e oligopólios. Para tentar neutralizar o aumento de IR só para pessoas físicas e mostrar que quer reverter o resultado do Congresso.
Começou a caça
Aliados de FHC procuravam ontem culpados pela derrota no Congresso. Falavam de articulação pouco hábil das lideranças do governo, do PMDB e do PSDB.
Dupla falta
No PSDB, foi grande a irritação com algumas ausências na votação das MPs. Destaque para Antônio Britto e o amigo de Itamar, Raul Belém. O mínimo que se disse, é que o Congresso, para Britto, não passa de uma casa de veraneio.
Rodrigues Palma (PTB-MT) reclamou, na bancada, dos métodos de sedução de Luiz Carlos Santos. Na noite de quarta, Santos ligou para Palma e pediu votos. Palma estranhou. Antes, o líder nunca havia lhe dirigido a palavra.

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