São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Acordo Maluf-FHC reduz tarifa de ônibus

DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A passagem de ônibus em São Paulo sobe 33.33% à 0h de sábado e passa a custar CR$ 200,00. O prefeito Paulo Maluf fez um acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e rereduziu o reajuste de 40% anunciado na quarta-feira. Os dois conversaram por telefone anteontem.
Pelo acordo, Maluf "colabora no combate à inflação" e FHC se empenha em liberar, a partir de março, US$ 108 milhões devidos a São Paulo pela Caixa Econômica Federal, mas que estão retidos. O dinheiro será emprestado para investimento no projeto de canalizações de córregos da prefeitura.
"Estamos trocando liquidez por endividamento", disse Maluf. Segundo ele, a redução de 40% para 33,33% no reajuste da tarifa reduzirá de US$ 4 milhões para US$ 5 milhões a arrecadação do sistema municipalizado de transporte.
Pelo índice de 40%, a passagem passaria a custar CR$ 210,00. O reajuste acompanharia a inflação, estimada em 40,5% para janeiro pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP).
As tarifas do Metrô, trens da Fepasa e ônibus intermunicipais da EMTU, serviços de transporte controlados pelo governo do Estado, também devem subir menos que a inflação (leia texto ao lado).
FHC tem pelo menos um motivo para se preocupar com a política tarifária de Maluf: de acordo com um levantamento da Fipe, a pasagem de ônibus foi o item que sofreu os maiores aumentos entre os compontentes do custo de vida de São Paulo no ano passado.
O segundo lugar no ranking dos itens do custo de vida que mais subiram em 93 ficou com os remédios. Os ingressos de futebol ficaram em terceiro lugar e em quarto as tarifas de táxi –que também são controladas pela prefeitura.
Segundo o prefeito, os reajustes foram necessários para cobrir a diferença entre o custo do transporte e o preço das tarifas, "muito defasados por causas dos reajustes eleitorais" concedidos em 92 pela prefeita Luiza Erundina.
Hoje, empresários de transporte ligados a AMTU (Associação Municipal de Transportes Urbanos) devem se reunir com o secretário de Transportes, Getúlio Hanashiro, para discutir o controle do transporte clandestino e a política tarifária do governo Maluf.
A prefeitura de São Paulo ainda não divulgou o índice de aumento das tarifas de táxi. O anúncio deve ser feito na próxima semana.
O bilhete do trabalhador para os ônibus será vendido com 10% de deconto até o próximo dia 15 de favereiro nos postos da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos).

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