São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Governo sobretaxa os tecidos da Coréia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA FOLHA SUDESTE

As importações de tecidos artificiais e sintéticos da Coréia do Sul serão sobretaxadas em 34% a partir de hoje, de acordo com portaria assinada pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. A medida foi tomada para proteger a indústria nacional contra a suposta prática de dumping –concorrência desleal pela prática de preços abaixo dos custos de produção.
A portaria de número 50 assinada pelo ministro deve ser publicada no "Diário Oficial da União" da próxima segunda-feira, quando a sobretaxa começa a ter validade.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, Renato Marques, disse que a sobretaxa vai vigorar nos próximos quatro meses, tempo necessário para a conclusão das investigações. O processo foi instaurado a pedido da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, que se sentiu prejudicada com os preços cobrados pelas empresas da Coréia do Sul nas vendas ao Brasil de nove tipos de tecidos sintéticos e artificiais. Se os indícios de dumping forem comprovados, o imposto adicional se tornará definitivo. Do contrário, será revogado.
O empresário Jorge Zahn, que representa indústrias da Coréia, diz que não há intenção de praticar concorrência desleal e que não havia a necessidade da sobretaxa.
Para o prefeito de Americana, Frederico Polo Muller (PMDB), que pediu na semana passada que o governador Luiz Antônio Fleury interviesse para conseguir a sobretaxa, a medida deve ajudar a "salvar" a indústria da cidade.
Até outubro de 93, o Brasil importou US$ 75 milhões em tecidos artificiais sintéticos, segundo o Sinditec. Desse total, 52% vieram da Coréia do Sul. A sobretaxa deve resultar em um aumento no preço do produto nacional, segundo o presidente da Fidam (Feira Industrial de Americana), José Sávio Baptista de Oliveira, 43.

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