São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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França e EUA trocam farpas sobre medidas para a Bósnia

FERNANDA SCALZO
DE PARIS

Mesmo depois do comunicado conjunto do presidente François Mitterrand e do premiê Edouard Balladur, pedindo a execução das decisões da Otan (aliança militar ocidental) sobre a Bósnia, o Parlamento francês continua dividido, enquanto o país vive conflito com os EUA sobre como agir quanto à guerra nos Bálcãs. Os dois principais partidos, UDF e RPR, discordam sobre o destino que se deve dar aos soldados franceses das forças de paz da ONU na ex-república iugoslava. Para o RPR, eles devem voltar; para a UDF, é imprescindível que eles fiquem lá.
Com 6.780 homens, a França é o país com maior número de soldados nas forças da ONU na ex-Iugoslávia. Segundo o comunicado do governo, a Otan deve "utilizar a força, se necessário" para assegurar a "abertura do aeroporto de Tuzla à ajuda humanitária" e a "liberação dos soldados das forças da ONU em Srebrenica".
O chanceler francês, Alain Juppé, criticou os EUA por se recusarem a pressionar os muçulmanos a aceitar um plano de paz com sérvios e croatas. O ministro da Defesa francês, François Lyotard, condenou a "incapacidade militar" da ONU na Bósnia.
Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, respondeu que os EUA esperam que os planos militares da Otan estejam prontos para começar a agir. Segundo ele, "os EUA têm tanto interesse quanto qualquer outro país em ver uma solução na Bósnia".

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