São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994 |
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Mais da metade das matrículas é de SP
JOÃO BATISTA NATALI
Mas a ênfase do Senai paulista não é nem histórica, nem estatística (700 mil alunos no ano passado), diz em suma seu diretor-regional, Jurandyr de Carvalho. "A economia se intercionaliza, o Brasil está abrindo seus portos e a indústria passou a necessitar de um operariado altamente qualificado, polivalente, e capaz de funcionar num sistema de gestão descentralizada", diz ele. Trocando em miúdos, isso quer dizer que o operário não é apenas aquele que exerce corretamente uma tarefa, mas que também interfere na produção para aumentar a produtividade, baixar custos e permitir que o produto ganhe em competitividade no mercado internacional. Essa orientação é recente e o plano é de espalhá-la pelos 50 CEFs (Centros de Formação Profissional), que constituem o básico das 122 unidades de ensino e treinamento –como as 50 unidades móveis, montadas sobre carretas– que o Senai mantém no Estado. A passagem da simples preparação técnica do aluno para "a promoção de certos atributos pessoais" é conhecida, internamente, pela sigla alemã Petra (Formação Orientada para o Projeto e a Transferência) e teve como base um convênio com instituições de formação de mão-de-obra técnica na Alemanha. "Isso modifica a relação entre o aluno e o docente. Em lugar de ensinar uma tarefa para que ela seja repetida sem variações, o docente estimula a descoberta de maneiras mais econômicas e mais rápidas de fazer as coisas", diz Nacim Walter Chieco, assessor de Relações Externas do Senai-SP. Há outros programas que levam em conta o que a Fiesp e o Senai considerarm como uma nova realidade industrial. Um deles é o de Gestão da Qualidade, que a partir de outubro último vem sendo aplicado junto a 120 empresas de calçados da região de Franca (SP) e que dentro de três meses começará a ser implantado em todo o Estado no setor de vestuário. São dois setores combalidos pela concorrência dos "tigres asiáticos" no mercado internacional. No caso, o Senai fornece consultoria, ensina a baixar custos e a encarar a qualidade "como inerente a todo o processo de produção" e não como um atributo do produto ao sair da linha de montagem. De início, o programa reuniu 24 técnicos que receberam um treinamento de 256 horas e o plano é fazer com que, no final de 1995, 200 técnicos estejam em campo. Nacim Chieco ressalva que o programa de gestão da qualidade não depende apenas dos operários e quadros intermediários de determinada empresa. Implica na mobilização de engenheiros. "Mas a vantagem do Senai é que ele tem uma capacitação histórica de dialogar com os técnicos, porque essa é a sua vocação", diz. Texto Anterior: PB ganha Centro do Couro Próximo Texto: Sesi dá assistência grátis a 25 milhões Índice |
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