São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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'Eternos' impedem alianças

ELVIS CESAR BONASSA

ELVIS CESAR BONASSA; JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alguns dos principais partidos envolvidos nas chamadas articulações anti-Lula têm seus movimentos limitados pela ação de autênticos candidatos "zumbis". Eternos pretendentes ao Planalto, Orestes Quércia (PMDB), Leonel Brizola (PDT) e Paulo Maluf (PPR) impedem que as negociações interpartidárias avancem.
Embora não tenham densidade eleitoral, os três controlam toda a máquina partidária, caso de Brizola, ou importantes nacos das respectivas legendas, caso de Maluf e Quércia. A persistência com que mantêm as próprias candidaturas afasta a possibilidade de composições.
Desde que deixou o governo de São Paulo, Quércia tem sua fortuna associada a denúncias de irregularidades. Hoje, sua imagem pública é muito ruim. Quércia montou, porém, uma estrutura de comando no partido, baseada nos prefeitos, que o transforma num interlocutor obrigatório.
O PDT sofre da mesma síndrome. Brizola é o eterno candidato do partido, embora não empolgue o eleitorado. Com a imagem de ultrapassado, o governador do Rio vaga como um morto-vivo. É, no entanto, dono absoluto da legenda.
O PPR chegou a ensaiar uma aliança com o PFL. Os entendimentos esbarraram em Maluf. Dono de um índice de cerca de 13% nas pesquisas eleitorais, Maluf propôs que o candidato da aliança seria o melhor colocado nas pesquisas, sepultando qualquer chance de acerto.

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