São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994 |
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Geriatras criticam e CRM analisa processo
DA REPORTAGEM LOCAL O oba-obra com terapia celular não encontra eco nas universidades e no Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O CRM está analisando um processo contra a técnica. Legalmente, terapia celular não é medicamento –é complemento alimentar. Por questões éticas, o nome do médico e a técnica são mantidos em sigilo e só divulgados após julgamento."Os médicos fazem isso para ganhar dinheiro. Não existe comprovação científica", diz o geriatra japonês Yukio Moniguchi, 68, radicado em Porto Alegre há 23 anos, onde dirige o Instituto de Geriatria da PUC. "Corrigir as alterações sofridas pelas células é utopia", defende Eurico Thomaz de Carvalho Filho, 60, diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da USP. Os dois dizem não ser contra a terapia, mas vêem riscos enquanto não há provas científicas. Segundo Carvalho Filho, há risco de alergia e de ilusão de cura. "Um paciente meu acreditou que estava sendo curado, retardou outros tratamentos e quase teve gangrena na perna", conta Carvalho Filho. A única pesquisa que ele aceita foi feita na Faculdade de Medicina de Wisconsin (EUA) em 1990. Durante seis meses injetou-se hormônio do crescimento em 12 homens com mais de 60 anos. Foi comprovado o rejuvenescimento da pele e o fortalecimento da musculatura. Seria como retroceder o relógio biológico em 10 anos. Carvalho Filho diz que este tratamento não é para qualquer um. Pode provocar diabetes, alterações cardíacas e custa US$ 5 mil ao mês para o resto da vida. Para se viver mais e melhor não precisa gastar tanto, segundo Moniguchi. Sua receita é um tripé simplíssimo: caminhar 50 minutos por dia, ficar oito horas na cama ("não precisa dormir as oito horas, mas tem que ficar descansando") e se alimentar sem excessos de gordura nem açúcar. Texto Anterior: 'O resultado é impressionante', diz médico Próximo Texto: Trânsito ficou silencioso Índice |
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