São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Dados não relacionados ao cargo desvalorizam candidato

DA REDAÇÃO

Dispor as informações de modo claro e objetivo no currículo é a segunda melhor receita para conquistar o selecionador. A primeira está no próprio conteúdo do material –formação do candidato, experiência profissional e capacidade para o exercício do cargo pretendido. E nesse aspecto, não há maquilagem que faça milagre. "Encher espaço" não é forma de cativar o empregador.
"O currículo muito longo, com dados não relevantes para o trabalho, nunca é leitura atraente", avisa Eliane Pires, 29, gerente da área de treinamento da Andersen Consulting, que notou alguns excessos no material enviado pela analista programadora Andréa Paula Boscolo, 24. A candidata menciona, por exemplo, cursos que podem ser eliminados sem remorsos, como datilografia, linguaguem etc.
Mais perigoso ainda para o candidato é mencionar o salário desejado. "O selecionador poderá interromper a leitura e abandonar imediatamente o material ao notar o valor", diz Eliane. Nesse caso, a melhor alternativa é eliminar o dado e deixar o assunto para ser discutido na entrevista.
Segundo Eliane, a analista se esmerou na forma como colocou os dados no papel, mas o texto necessita de outras alterações para se tornar mais atraente. O item "Instrução" –com os devidos cortes– deve ser transferido para o início, logo depois do "Cargo Pretendido", por se tratar de informação eliminatória dependendo da empresa. Outra mudança aconselhável é criar o quesito "Idiomas", no qual a candidata deve incluir o seu grau de conhecimento de inglês e italiano.

Leitores podem enviar seus currículos para Caderno Empregos - Seção "Seu Currículo" - al. Barão de Limeira, 425, 4.º andar, CEP 01290-900. A Redação selecionará currículos exclusivamente para análise por consultores.

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