São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994 |
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Eric Gales naufraga entre rocks e baladas
EDSON FRANCO PINTO
Nascido em Memphis, Gales começou a tocar guitarra aos seis anos. No começo ele copiava os solos de Clapton, Beck e do próprio Hendrix. A essas primeiras influências, ele agregava o gospel que ouvia na igreja que frequentava. A Eric Gales Band surgiu em 1986. Eugene Gales –irmão de Eric– tocava guitarra com sua banda Weird e resolveu deixar o irmão mais novo fazer uma canja durante um show. Com seu toque vigoroso, Eric roubou o lugar do irmão e o obrigou a assumir o baixo na banda. O novo trabalho mostra que Eugene acertou em passar para o baixo, mas errou em conceder a liderança. Tudo o que há de melhor no disco saiu das mãos e da cabeça de Eugene. Ele é responsável pela negritude funkeira que tira do óbvio faixas roqueiras como "Guilty of the Innocence" e "Temple of Deliverance". Eugene assina ainda a composição mais consistente no disco, "Paralyzed". Com um riff inesquecível, essa música resgata a melhor fase da inglesa Bad Company. Na maioria das outras faixas, a EGB parece picada mortalmente pelo Whitesnake. "Angel Of The Night" e "God Only Knows" começam baladeiras e desembocam em rocks sob medida para propaganda de cigarros. Já "Take a Look (Deep Inside of You)" é uma música adequada para um disco do vergonhoso Bon Jovi. A lista de acertos do disco é formada, além de Eugene, por alguns solos arrebatadores de Eric, inegavelmente um excepcional guitarrista. Os exemplos permeiam a faixa-título, "Misty" e "Draw the Line". "I Want You (She's so Heavy)" dos Beatles ganhou uma releitura negra e blueseira que deixou a versão dos rapazes de Liverpool no chinelo. No futuro, lembrarão desse disco da EGB por causa desta faixa. Disco: Picture of a Thousand Faces Autor: Eric Gales Band Gravadora: Warner (importado por iniciativa da gravadora) Preço: CR$ 7 mil (em média, CD) Texto Anterior: Dylan oscila entre a delicadeza e a tolice Índice |
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