São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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Estado escondeu número de mortos

DO BANCO DE DADOS

A polícia matou 111 presos da Casa de Detenção numa sexta-feira, 2 de outubro, véspera das eleições municipais de 1992.
O governo do Estado só divulgou o número de mortos meia hora antes do fechamento das urnas.
A divulgação o fato prejudicaria o desempenho do candidato do PMDB, Aloysio Nunes Ferreira Filho, que não foi ao 2º turno.
Às 14h30 do dia 2, os detentos iniciaram uma rebelião no Pavilhão 9, onde estavam 2.076 presos, a maioria com condenação primária e idade entre 18 e 25 anos. Os presos queimaram colchões e levantaram barricadas.
O secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, autorizou a invasão por telefone ao coronel Ubiratan Guimarães.
Às 16h40, 362 policiais entraram no presídio armados de fuzis e metralhadoras.
Meia hora depois, carros da polícia começaram a sair com os primeiros feridos. Os trabalhos da perícia terminaram às 3h do sábado, dia da eleição.
Trinta minutos antes do fim da votação, o secretário Pedro Franco de Campos anunciou o número total de mortos: 111.

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