São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Polícia fecha a Paulista para impedir manifestação

Interdição de uma hora e meia evitou boca-de-urna

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia interditou ontem à tarde, durante uma hora e meia, parte da avenida Paulista (região central de São Paulo).
O bloqueio impediu que cerca de 150 pessoas com bandeiras, faixas e camisetas da Frente Brasil Popular se manifestassem diante do prédio da Fundação Cásper Líbero, onde funcionam 27 seções da 1ª Zona Eleitoral.
Desde a manhã, partidários de Lula se aglomeravam nas escadarias do edifício. Cantavam jingles, distribuíam botons e discutiam com os po
ucos simpatizantes de outros candidatos –em especial, militantes do MR-8, agremiação de esquerda que apóia Orestes Quércia.
À tarde, o juiz da 1ª Zona Eleitoral, Otávio Henrique de Souza Lima, solicitou às polícias militar e federal que desocupassem a frente do prédio. ``Os manifestantes estão dificultando o acesso de quem precisa subir para votar", alegou.
Lima também considerou que a distribuição de botons caracterizava boca-de-urna. ``A legislação proíbe este tipo de propaganda."
O juiz afirmou que pediu ajuda policial depois de consultar a corregedoria do TRE.
Às 15h15, a PM e a PF interditaram o trânsito na Paulista entre a rua Pamplona e a av. Brigadeiro Luís Antônio.
Exigiram, em seguida, que a multidão se afastasse do prédio. Depois de muito bate-boca, os manifestantes se posicionaram na alameda Campinas, a aproximadamente 100 metros do edifício. Não houve prisões.
O bloqueio mobilizou 40 homens da PM, 30 da PF (alguns disfarçados) e 45 da polícia de trânsito.
Por volta das 16h15, enquanto percorria a alameda Campinas, o motorista de uma camionete sacou um facão e o apontou para os manifestantes, que cercaram o carro.
Policiais se aproximaram, mas não revistaram o motorista, como queria a multidão. A camionete seguiu sem maiores problemas.
Às 16h45, o trânsito na região estava caótico. Congestionamentos se estendiam até a av. Dr. Arnaldo. O comando da PM e a Justiça Eleitoral decidiram, então, liberar o tráfego nas duas pistas da Paulista.

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