São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Tiroteio pára votação por uma hora no Rio

AURELIANO BIANCARELLI

AURELIANO BIANCARELLI ; SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

SERGIO TORRES
A explosão de uma granada e rajadas de metralhadoras interromperam durante uma hora a votação em dois postos eleitorais do conjunto habitacional Amarelinho, em Irajá (zona norte do Rio).
O confronto ocorreu entre supostos traficantes e policiais. Apavorados, os mesários suspenderam a votação e, como os eleitores, trataram de se proteger das balas e estilhaços.
Faixas de candidatos estendidas na favela da Rocinha (São Conrado, zona sul) provocaram um início de tumulto. Traficantes teriam disparado para o alto quando dois PMs retiravam as faixas.
O 23º Batalhão da PM informou que os estampidos foram de fogos de artifício e não de armas. ``No morro ninguém dispara apenas dois tiros", disse o tenente-coronel José Mazei.
Segundo o TRE, o tiroteio no Amarelinho começou por volta das 12h. O assessor da Corregedoria Eleitoral, Gélcio Cunha, disse que bandos rivais do tráfico na vizinha favela de Acari iniciaram a troca de tiros dentro do conjunto.
Os funcionários do TRE pediram ajuda à Polícia Militar, que enviou tropas dos batalhões de Choque e de Operações Especiais.
Ao chegar ao Amarelinho, os PMs se tornaram inimigo comum. As quadrilhas pararam de brigar e se uniram contra as tropas.
Uma granada explodiu no conjunto, mas ninguém se feriu. A PM informou que o explosivo foi atirado por homens chefiados por Jorge Luiz da Silva, apontado pela polícia como um dos chefes do crime organizado no Rio.
A Rocinha é a maior favela do país. Não há postos eleitorais no morro. Seus cerca de 80 mil eleitores descem para votar em São Conrado e na Gávea. Muitos votam nos hotéis Nacional e Intercontinental, no Golfe Clube ou no colégio Americano.

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