São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Para Brizola, eleição 'é grande farsa'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Erramos: 06/10/94

O crédito correto da foto do candiadato Leonel Brizola é Luciana Whitaker e não Alexandre Campbell.
O candidato do PDT à Presidência, Leonel Brizola, 72, afirmou, depois de votar, que as eleições foram ``uma grande farsa".
Segundo ele, haverá fraude no sistema informatizado de totalização dos votos.
``Os votos que faltarem para eleger Fernando Henrique (candidato do PSDB) serão dados a ele pelos computadores", disse.
Ele comparou a situação à enfrentada por ele, em 1982, quando disputou e venceu a eleição para o governo do Rio.
Na ocasião, a Proconsult, empresa encarregada de totalizar votos, foi acusada de criar um programa de computador que desviava votos para Moreira Franco, candidato do PDS.
Brizola divulgou cópia da carta que enviou ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Sepúlveda Pertence.
Na carta, Brizola afirma que só uma segunda apuração dos votos poderia ``corrigir os vícios e imperfeições da apuração provisória computadorizada".
O pedetista disse que os juízes do TSE têm boa fé, mas não estão preparados para detectar as fraudes que serão programadas ``pelos malandros, alguns estrangeiros" que organizaram o sistema de totalização.
Crítica semelhante foi feita por Brizola antes do primeiro turno das eleições de 89.
Brizola destacou quatro fatores que, para ele, caracterizam como ``viciado" o processo eleitoral: a implantação do Plano Real poucos meses antes das eleições, a ``unanimidade dos meios de comunicação", a propaganda de FHC e a não-realização de um debate mais amplo entre os candidatos.
Segundo ele, estes fatores farão com que FHC seja um presidente fraco. ``Ele não está sendo eleito, mas designado, nomeado", disse.
Segundo Brizola, as intervenções no processo eleitoral permitiram que ele visse, pela primeira vez, o ``lombo do monstro de sete cabeças em que se constitui o `partido do sistema econômico"'.
Brizola admitiu várias vezes a possibilidade de vitória de Fernando Henrique.
``Se prevalecerem os resultados das pesquisas não vai ter segundo turno", afirmou.
Votação
Brizola contornou, pelo menos, uma das normas do TSE: convenceu os mesários a lhe darem primeiro a cédula onde votaria para presidente, governador e senadores.
O voto de Brizola foi tumultuado pela decisão dos mesários de aguardarem sua chegada para liberar a votação na 131ª seção da 18ª zona eleitoral do Rio, na escola Penedo, em Copacabana, zona sul.

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