São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Biscaia quer explicações de diretor de presídio que liberou bicheiro

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da Polinter, Carlos de Oliveira, tem que apresentar hoje ao procurador-geral Antonio Carlos Biscaia, a carta precatória que diz ter recebido da Justiça do Amazonas para justificar a saída do banqueiro do bicho Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, preso em abril do ano passado.
O bicheiro e ex-presidente da Liga das Escolas de Samba, condenado há seis anos de prisão pela juíza Denise Frossard, teria sido visto almoçando no último sábado, num restaurante em Manaus, quando deveria estar numa cela da Polinter.
O delegado Carlos de Oliveira alegou que o Capitão Guimarães foi convocado para prestar depoimento à Justiça de Manaus e saiu da Polinter, na quinta-feira à noite, escoltado por policiais do Amazonas.
Biscaia e os promotores Antonio José Moreira, Marcos Ramayana de Moraes e Mendelsson Pereira, surpreendidos com a denúncia, estiveram na Polinter na tarde de segunda-feira, para investigar o caso e não encontraram nenhum delegado de plantão.
O diretor da Polinter, localizado em casa, depois de procurar sem sucesso o documento que autorizava a saída do banqueiro em sua sala, argumentou que ele estava trancado na Seção de Administração e só poderia ser retirado de lá hoje, por causa da eleição.
O presidente do Tribunal de Justiça, Antonio Carlos Amorim, informado do caso, garantiu que o desaparecimento de Aílton Guimarães terá que ser justificado.
Bicho SP
A Corregedoria da Polícia Civil tomou, na última sexta-feira, o depoimento do bicheiro Luis Noal Neto, filho do banqueiro do jogo Ivo Noal.
Noal Neto foi convocado a depor porque a polícia recebeu informações de que ele estaria assumindo o lugar do pai no jogo do bicho.
Desde o dia 11 de abril passado, quando foram iniciadas as investigações sobre o jogo do bicho, a corregedoria já fechou 49 bancas de jogo na Grande São Paulo.
Ao todo, 80 policiais civis estão sendo investigados sob a suspeita de receberem propina do jogo paulista. Eles tiveram seus sigilos bancários e fiscais quebrados pela Justiça.
A corregedoria também está fazendo uma perícia nas contas bancárias e no patrimônio do delegado aposentado Conrado José de Pilla. Os laudos sobre essa perícia deverão ficar prontos em dezembro.

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