São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Integração no Mercosul

LÚCIO TEDESCO MARCHESE

O 1º Congresso de Cirurgia Pediátrica do Cone Sul, realizado de 25 a 29 de setembro em Foz do Iguaçu, selou a integração das sociedades de cirurgia pediátrica dos países que formam o Mercosul.
Desde 92 essas sociedades estão estabelecendo bases de atuação conjunta e, enquanto a maioria das sociedades médicas está dando os primeiros passos nesse sentido, a cirurgia pediátrica já avançou muito, com um trabalho efetivo de integração, e poderá fornecer subsídios às outras especialidades médicas.
A base de atuação conjunta está fundamentada em três pontos principais. A criação de uma Federação de Associações de Cirurgia Pediátrica do Cone Sul (Cipe-Sul), a publicação conjunta da ``Revista de Cirurgia Infantil", visando dar mais força a sua divulgação internacional e a realização de congressos conjuntos, a evolução técnica e científica e a discussão de problemas comuns de ensino.
A par do intercâmbio científico, os médicos do Cone Sul discutiram questões importantes: o equacionamento do sistema formador de médicos especialistas, programas de intercâmbios de residentes e questões de responsabilidade médica, que são problemas comuns aos países do Cone Sul.
De tudo isso, o mais importante é a melhoria da qualidade do atendimento médico e hospitalar à criança, com sensíveis resultados na diminuição dos índices de mortalidade infantil.
Apesar das diversidades, os países do Cone Sul estão vencendo as barreiras do saneamento básico, das redes de saúde, da vacinação extensiva e da regionalização hospitalar. Consequentemente, o coeficiente de mortalidade infantil (CMI) está diminuindo para níveis próximos do Primeiro Mundo.
Mas para que a CMI diminua significativamente, a níveis menores que 18 por mil nascidos vivos, serão necessários investimentos hospitalares destinados a diminuir a mortalidade dos recém-nascidos de alto risco. Especialmente investimentos em unidades de terapia intensiva neonatais e em unidades cirúrgicas de recém-nascidos.
A melhoria do atendimento ao recém-nascido, incluindo o recém-nascido com problemas cirúrgicos, é uma prioridade em saúde pública. Uma tendência universal, mas ainda recente em nosso meio, é diferenciar o atendimento à criança em hospitais pediátricos de alta qualidade, que passam a funcionar como centros de referência para recém-nascidos de alto risco.
O Centro Regional de Cirurgia Neonatal de Liverpool, na Inglaterra, foi pioneiro nesse aspecto, determinando a queda da mortalidade neonatal e criando as bases de um atendimento de excepcional qualidade, com reflexos em vários países.

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