São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Empresas prevêem explosão de vendas
FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
Os dissídios de grandes categorias iniciados em setembro, o 13º salário, o Dia da Criança e o Natal tradicionalmente aquecem as vendas no último trimestre do ano. Só que agora, há um ingrediente a mais: a perspectiva de que a economia continue estabilizada faz o empresariado acreditar em um final de ano muito melhor. ``Em outubro, as vendas vão dar uma arrancada", diz Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados). Segundo ele, de outubro a dezembro os supermercados vão faturar de 10% a 12% mais do que nos três primeiros meses do real. ``As vendas neste final de ano vão superar as de 1986, época do Plano Cruzado", diz Paulo Mallmann, diretor-financeiro do BMC. Na sua análise, as vendas no último trimestre deste ano serão 10% maiores do que em igual período de 1993. E mais: para ele, se o candidato tucano Fernando Henrique Cardoso ganhar a eleição, crescerão os investimentos estrangeiros no país. Para Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, o comércio fechará 1994 com um crescimento de 17% sobre o ano passado. Ele lembra, apesar disso, que o comércio ainda fatura 15% menos que 1989. O Mappin, de qualquer forma, já comemora o seu resultado de vendas. Para este último trimestre do ano, a empresa espera faturamento 20% superior ao de igual período do ano passado. O otimismo do comércio tem reflexo na indústria.``Só não vamos vender mais porque não temos maior capacidade nas fábricas", diz Horst Volk, presidente da Abicalçados, que reúne os fabricantes do setor. Segundo ele, a indústria já está com a produção deste último trimestre comprometida. Para dar conta dos pedidos no mercado interno, os fabricantes estão tentando reduzir exportações. Neste segundo semestre, diz ele, as vendas serão 30% maiores do que em igual período do ano passado. Para a indústria de higiene e limpeza, as vendas nestes últimos três meses do ano prometem ser 5% melhores do que nos três primeiros meses do real, informa José João Locoselli, presidente da Abipla, que reúne o setor. Eletrônicos Também na área de eletrodomésticos portáteis as previsões são otimistas. Folke Asell, presidente da Electrolux, diz que de outubro a dezembro pode vender entre 10% e 15% mais do que no primeiro trimestre de estréia da nova moeda. ``Isso deve ocorrer por causa da demanda do final do ano aliada ao aumento do poder aquisitivo provocado pelo real." Ele conta que em agosto e setembro poderia ter vendido até 15% mais enceradeiras e aspiradores de pó se tivesse à disposição maiores volumes de componentes. ``Não conseguimos comprar matéria-prima suficiente para aumentar a produção." Segundo ele, a promessa dos fornecedores é a de que o abastecimento será rapidamente regularizado. Lourival Kiçula, diretor-geral da Sanyo da Amazônia, acha que até o final do ano as vendas de eletrônicos deverão se manter no ritmo dos três primeiros meses do real. Na comparação com o último trimestre de 1993, no entanto, elas devem ser até 40% maiores. Gilberto Serrani, vice-presidente da Continental 2001, fabricante de fogões, é outro que aposta na manutenção do ritmo de vendas pós-real. Ele fica bastante animado quando compara os números deste ano com os do ano passado. ``Neste último trimestre deveremos vender 30% mais do que em igual período de 1993." Texto Anterior: Sainsbury adquire 16% de ações da Giant Food Próximo Texto: Panasonic quer voltar a crescer no Brasil Índice |
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