São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Rossi espera apoio de Maluf e Quércia

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PDT ao governo de São Paulo, Francisco Rossi, afirmou ontem que acredita no apoio do PPR e de parte do PMDB na hipótese de disputar o segundo turno da eleição estadual com Mário Covas (PSDB).
``Acho mais fácil o Maluf me apoiar do que apoiar o Covas", disse Rossi em relação ao prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, a maior liderança do PPR.
Rossi aplica o mesmo raciocínio ao candidato derrotado do PMDB à Presidência, Orestes Quércia.
Sobraram elogios até para o PT, partido que mais o atacou durante a campanha. Rossi avalia que receberá cerca de 1 milhão de votos de eleitores de Lula e não quer correr o risco de perdê-los com ataques.
O candidato não revela nomes, mas afirma que já foi procurado por ``lideranças expressivas" do PPR e do PMDB supostamente interessadas em alianças. ``Nós vamos ter que conversar", disse.
Rossi terá pelo menos um problema para obter a sonhada adesão do PMDB. Em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia da eleição, o pedetista descartou abertamente o apoio do governador Luiz Antonio Fleury Filho, com quem teve uma ríspida discussão no ar.
O candidato do PDT minimiza a importância da polêmica: ``O Fleury não é o PMDB".
Tentando neutralizar a divergência com o governador, Rossi elogia Barros Munhoz, o candidato do PMDB ao governo. ``É uma pessoa muito boa e competente".
A rejeição a Fleury faz parte da estratégia de marketing de Rossi. O candidato propõe o ``fechamento do Estado para balanço" e diz que perderia a independência para defender sua tese caso recebesse o apoio do governador.
O candidato admite que um resultado que o leve ao segundo turno contra Covas é uma ``zebra". Ele atribui sua votação basicamente aos programas no rádio e na TV.
Com o quinto tempo no horário gratuito no primeiro turno (1min59s), Rossi terá sua participação elevada a 15min num eventual segundo turno -o mesmo período que seria destinado a Covas.
O pedetista pretende processar o vereador de Osasco Emídio Pereira (PT), que levantou suspeitas sobre a origem de seu patrimônio.
Informou ser proprietário de três casas, um terreno e uma rádio em Osasco, um apartamento no Guarujá, três carros e uma empresa de publicidade.
Duas vezes prefeito de Osasco (cidade da Grande São Paulo), Rossi também foi acusado pelo PT de irregularidades na compra de automóveis Lada em sua última gestão (88 a 92).
O dono da concessionária Lada em Osasco era José Carlos dos Santos, um dos coordenadores da campanha pedetista. Rossi diz que realizou tomada de preços para compra dos carros e que eles foram adquiridos da Lada do Brasil e não da concessionária de Santos.

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