São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Ágio para compra do Corsa supera R$ 4.000

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O campeão do ágio em São Paulo ainda é o carro ``popular" da GM, o Corsa Wind.
Ele tem sido vendido no mercado paralelo, em média, por R$ 11,5 mil, pouco mais de RS 4.000 acima da tabela (R$ 7.350) –um acréscimo de 56%.
Quem não quer pagar ágio e procura o Corsa em uma concessionária Chevrolet, recebe uma resposta desanimadora: a produção é limitada e não é possível fazer previsão de entrega.
O ágio é de cerca de 40% no Corsa 1.0 com opcionais. De R$ 8.500, passa a custar R$ 12 mil.
Esse também é o preço médio do Mille ELX, da Fiat, no mercado paralelo. O modelo quatro portas, com opcionais (sem ar-condicionado) custa na tabela R$ 8.489.
Quem estiver disposto a pagar o ágio de R$ 3.500 encontra o carro para pronta-entrega.
O ágio no Mille Electronic e no Gol 1.000, este da Volkswagen, é menor. Podem ser comprados por R$ 9.500 –30% a mais.
O mesmo deverá ocorrer com o Gol 1.000 a partir de dezembro. A Volkswagen vai lançar o seu ``popular" sofisticado, o Gol Plus, que custará R$ 8.500.
O produção do atual Gol 1.000 cairá para 3.000 ou 4.000 unidades e será dirigida a frotistas.
A Procuradoria Geral da República em São Paulo instaurou inquérito para apurar a responsabilidade de cerca de 20 concessionárias na cobrança de ágio.
Os primeiros depoimentos foram tomados na semana passada. Depois de concluídos, o Ministério Público decidirá se oferece denúncia à Justiça.
O inquérito foi aberto com base em indícios apresentados pela Receita. Entre as provas estão cópias de cheques e comprovantes de depósitos correspondentes à parcela do ágio em concessionárias paulistas.
O ministro Ciro Gomes acredita que em três meses o ágio vai cair substancialmente. Mas se perceber que isso não ocorre, pretende reduzir o imposto de importação, ``podendo chegar a zero".
Ciro acha que, com o atual imposto, de 20%, já dá para resolver. ``Ora, por preços próximos dos R$ 11 mil, logo teremos aqui uns bons carrinhos importados", disse.
Colaborou Carlos Alberto Sardenberg, enviado especial a Fortaleza

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