São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994 |
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Governo reduz os preços dos combustíveis
WILLIAM FRANÇA
O preço da gasolina e do álcool hidratado na bomba serão reduzidos, em média, em 2%. O gás de cozinha (GLP) teve queda de 4%. O Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) divulgou os novos preços para a Grande São Paulo. A gasolina comum custa R$ 0,539 (R$ 0,55 até ontem) e o álcool, R$ 0,429 (R$ 0,438). Os preços já têm o IVV. A gasolina aditivada custa R$ 0,55 (antes, R$ 0,562) e o álcool, R$ 0,438 (R$ 0,447). O diesel continua com os mesmos preços (R$ 0,342 e R$ 0,351). O botijão de 13 quilos de gás de cozinha (GLP) na Grande São Paulo passa de R$ 4,18 para R$ 4,02 (balcão da distribuidora) e de R$ 5,70 para 5,50 (entrega domiciliar), segundo a Ultragas. Seis tipos de óleo combustível também tiveram seus preços reduzidos, em média, em 2%. O gás natural automotivo (usado principalmente em táxis) e o gás natural combustível (utilizado pela indústria) caem 2%. O gás natural canalizado (de uso doméstico) terá a mesma redução do GLP: o preço cairá 4%. Itamar deu caráter político ao anúncio. Disse que era a primeira redução de preço dos combustíveis na história do país. ``Era comum, após as eleições, que o governo dissesse que estava aumentando seus preços. Pela primeira vez não se anuncia aumento." Estratégia política A decisão de reduzir o preço dos combustíveis não passa de estratégia política para dizer que o real está dando certo. A opinião é do coordenador nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antonio Carlos Spis. Spis disse ser favorável a uma rediscussão ampla, com toda a sociedade, da estrutura de preços dos combustíveis. Ele disse que 33% do preço são impostos, 20% ficam com as distribuidoras e postos, 26% são subsídios e só 12% ficam com a Petrobrás. Mais quedas Sou favorável à redução dos preços dos derivados de petróleo. A afirmação é do empresário Celso Hahne, da Abiplast (que reúne as indústrias de plásticos). Ele prevê queda nos preços das embalagens e nas peças plásticas, ``que acabam rebatendo em toda a economia", dependendo da redução dos preços da nafta petroquímica (matéria-prima básica para uma série de produtos). Guilherme Duque Estrada, da Abiquim (que reúne as indústrias químicas), diz que ``seria uma precipitação tentar medir o impacto da redução". Dependendo do sub-setor, o peso maior recai ou sobre o gás natural ou sobre a nafta petroquímica. Hahne e Duque Estrada foram ouvidos pela Folha antes de o governo divulgar as listas completas de redução dos preços. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Feijão sobe 11% em um dia e pressiona alta da cesta básica Índice |
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