São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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São Paulo é babel da cultura em outubro

DA REDAÇÃO

Em outubro vai ser difícil ficar em casa. São Paulo tem programa cultural para todos os dias (veja quadro ao lado). Além dos grandes eventos tradicionais do mês –a 22ª Bienal Internacional de São Paulo e a 18ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo–, outros dois festivais –o Mix Brasil e o Free Jazz– e mais vários shows, peças e exposições vão transformar São Paulo em uma babel da cultura.
Os números são eloquentes: a 22ª Bienal traz 206 artistas de 71 países e tem 21 salas especiais. A 18ª Mostra, que se tornou competitiva, tem mais de 150 filmes de todo o mundo, duas restropectivas –do cineasta armênio Artavazd Pellechian e do iraniano Abbas Kiarostami–, mais uma seleção de 20 westerns e musicais clássicos restaurados.
O multiculturalismo se manifesta em pelo menos duas frentes. Os vídeos e curtas-metragens que serão exibidos no 2º Mix Brasil traçam um panorama das novas sexualidades. A programação do 9º Free Jazz vale por uma viagem na música negra norte-americana: soul e funk, jazz rap, blues e até jazz propriamente dito, da velha e da nova guarda, vão fazer a festa por seis dias.
A música popular brasileira mostra sua vitalidade. João Bosco, Nana Caymmi, Daniela Mercury e Ná Ozzeti trazem seu novos shows. A música erudita, que teve uma programação bastante movimentada este ano, ainda tem como atrações o pianista brasileiro Arthur Moreira Lima, o quarteto de música barroca I Musici e a Orquestra Sinfônica Bamberg.
``Futebol", de Bia Lessa, e ``As Guerreiras do Amor", dirigido por Celso Frateschi com texto de Domingos de Oliveira, a partir de ``Lisístrata", de Aristófanes, são as duas principais estréias teatrais.
Nas artes plásticas, a 22ª Bienal está longe de ser o único evento relevante do mês. Individuais importantes estão na agenda: de Ângelo Venosa a Antonio Dias, há exposições para diversos gostos.
Por conta da Bienal, no entanto, as coletivas se concentram na tentativa de revelar talentos, como a que o MAM abre no dia 10. Uma, porém, não segue a regra: ``O Brasil dos Viajantes", ambicioso projeto sobre os artistas estrangeiros que pintaram o e no Brasil.
E mais: da atriz portuguesa Maria de Medeiros, participante do júri da Mostra de Cinema, ao soulman James Brown, astro do Free Jazz, de Xuxa, que inicia sua turnê nacional em São Paulo, ao artista plástico John Chamberlain, convidado da Bienal, uma legião de hóspedes temporários vai transtornar a cidade.

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