São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Prona e PT têm mais votos na legenda

EMANUEL NERI
VINÍCIUS TORRES FREIRE

EMANUEL NERI; VINÍCIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT e o Prona, do presidenciável Enéas Carneiro, são os partidos que têm mais votos de legenda para deputado federal em São Paulo.
Os dados constam do boletim do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo com os dados totalizados até 17h37 de ontem. Haviam sido computadas 24,79% das urnas, 95% delas no interior.
No caso da Frente Brasil Popular, coligação liderada pelo PT e na qual o partido tem quase a totalidade dos votos, a opção pela legenda atingia 38,7% dos 419.205 votos na aliança.
A votação do Prona é proporcionalmente mais significativa. Dos 29.328 votos obtidos pelo partido, 27.638 (94,5%) são de legenda.
A coligação PMDB-PL-PSD, tinha apenas 4,42% na legenda. A coligação PSDB-PFL, 10,45%.
O número de votos nulos computados até ontem (29,61%) continuava a dobrar o da eleição de 1990 para deputado federal em São Paulo. Os votos em branco (14,2%) representam metade dos computados na eleição anterior.
Na capital, a abstenção foi de 11,87% dos eleitores. Em 90, faltaram à votação 8,52%.
O aumento do número de vagas paulistas na Câmara, de votos nulos e, provavelmente, também de abstenções, deve diminuir o número de votos necessário para cada partido eleger um deputado federal.
O quociente eleitoral deve cair de 245 mil votos (em 1990) para 180 mil este ano.
Até às 17h de ontem, a coligação PMDB-PL-PSD liderava a lista para deputado federal, com 18,4% dos votos. Em segundo estava a aliança PFL-PSDB, com 14,8%.
A Frente Brasil Popular, liderada pelo PT, vinha em terceiro, com 9,32%. PPR-PP estavam em quarto, com 7,15%.
Esses dados, no entanto, não devem refletir ainda o resultado final da eleição da bancada paulista na Câmara.
Cerca de 95% dos votos foram totalizados no interior do Estado, onde tradicionalmente o PMDB é mais votado. PSDB e PT têm mais votos na capital.
A cidade de São Paulo tem cerca de 30% do eleitorado do Estado.
Segundo levantamento feito pela Folha em 6 das 41 zonas eleitorais da capital –as quais representam cerca de um milhão dos eleitores da cidade– a liderança seria da coligação PFL-PSDB, com cerca de 22% dos votos.
Viriam depois a Frente Brasil Popular, com cerca de 19%, e a coligação PMDB–PL-PSD, com 12%.
Estes dados não desmentem a apuração oficial. Apenas mostram que quando forem totalizadas as urnas da capital podem ocorrer mudanças nas listagens divulgadas até agora pelo TRE.
Em São Paulo, os partidos já começaram a fazer as contas de quantos deputados devem eleger.
Os cálculos dos partidos são preliminares devido ao número reduzido de votos contabilizados pelo TRE. O PMDB prevê eleger 17 deputados federais –20 no total da coligação.
Segundo o deputado Geraldo Alckmin, presidente do PSDB paulista, a coligação de seu partido deve eleger 22 federais –desses, 18 seriam do PSDB. O PFL ficaria com os demais.
No caso do PT, a previsão é de eleição de 18 deputados federais pela coligação, que reúne ainda PPS, PSB, PC do B, PCB, PMN e PSTU. O PT teria 15 parlamentares.
O PPR e PTB não fizeram projeções. São Paulo elege este ano 70 deputados –dez a mais do que em 1990.

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