São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994 |
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O risco real da lipoaspiração
BERNARDO FROES No início da semana passada, a notícia da morte de Helenita, esposa do ex-jogador Dario Pereyra, por complicações após uma cirurgia do tipo lipoaspiração espantou e provocou muitas discussões a respeito deste procedimento.Anualmente, no Brasil, algumas dezenas de milhares de cirurgias plásticas são efetuadas, proporcionando aos pacientes bem-estar físico e psicológico que, no mundo desenvolvido e moderno, não podem ser considerados supérfluos. Afinal, a adequação da pessoa com sua auto-imagem e sua integração social têm um peso considerável na busca, a que todos têm direito, da própria felicidade. Portanto, quando dentro dessa enorme casuística de pacientes surge uma tragédia como a de Helenita, apesar do choque que isto causa para todos, inclusive e especialmente para nós, cirurgiões plásticos, devemos ter a capacidade de avaliar e julgar serenamente o real risco presente em contrapartida ao benefício que se pode proporcionar ao paciente. Descoberta há quase 15 anos, a lipoaspiração passou por um desenvolvimento técnico e clínico muito acelerado nos primeiros anos de seu uso. Tornou-se, então, quando criteriosa e competentemente feita, uma opção segura e eficiente sob o ponto de vista médico e estético para o tratamento dos acúmulos localizados de gordura. Evidentemente, como qualquer outra cirurgia, pode apresentar um percentual previsível de risco, que depende de vários fatores, tais como idade, estado de saúde e o porte da cirurgia. Em relação a estes fatores, dois aspectos devem ser considerados. A lipoaspiração não é uma cirurgia de grande porte, mesmo quando, por exemplo, são lipoaspirados abdômen e culotes. Outro fator é que a cirurgia plástica estética não é uma cirurgia de urgência nem de necessidade inadiável, permitindo que só sejam operados pacientes em bom estado de saúde, porque, evidentemente a preservação da vida está acima de qualquer outra consideração. Desta forma, a lipoaspiração, assim como todos os tipos de cirurgias plásticas estéticas é procedimento de baixíssimo risco, sujeitos apenas ao imponderável ou à imperícia médica. Cabe ao médico apresentar todos estes dados aos pacientes, da mesma forma que cabe ao paciente cercar-se de todas as informações possíveis sobre o médico para quem entregará sua confiança e sua vida. Uma fatalidade como esta deve servir como alerta para que se passe a encarar as cirurgias plásticas com mais rigor e prudência. Porém, também é preciso evitar que o alarmismo em torno deste fato prive a quem necessita dos benefícios desta técnica consagrada há mais de dez anos. Texto Anterior: Goiás 1; Goiás 2; Mato Grosso do Sul 1; Mato Grosso do Sul 2 Próximo Texto: Pernambuco; Bahia 1; Bahia 2; Bahia 3; Paraíba 1; Paraíba 2; Paraíba 3; Paraíba 4 Índice |
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