São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Itamar quer reduzir mais tarifas

WILLIAM FRANÇA
ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA

O presidente Itamar Franco disse ontem que vai reduzir o preço das tarifas telefônicas. Quer baixar também, até o final do governo, as tarifas dos Correios e de energia elétrica.
O anúncio acontece um dia depois que Itamar anunciou redução no preço dos combustíveis, entre 2% e 4%. ``Há uma margem muito alta na área de Comunicações, mas depende ainda de estudos para se precisar quanto", disse.
Itamar afirmou que pediu ao ministro Djalma Moraes (Comunicações) o início de estudos para a redução das tarifas telefônicas. Não marcou data para o término.
O presidente disse que quando voltar a Brasília –hoje ou amanhã– encomendará o estudo dos Correios. Itamar tem dito que o lucro das estatais tem de ser repassado aos consumidores.
A proposta de redução das tarifas de energia elétrica ``é muito mais complexa" por envolver concessionárias e distribuidoras.
O pedido de estudos do setor elétrico foi feito ao ministro Delcídio Gomes (Minas e Energia), efetivado ontem. Itamar disse que as ações demonstram ``que o governo segue sua normalidade".
Estudos do Instituto de Economia do Setor Público, da Fundap (órgão do governo paulista) mostram que, ao contrário do que pretende o governo, as tarifas de telecomunicações acumulam defasagens enormes –até 30% na comparação de agosto com as médias vigentes em 93.
No sentido oposto, haveria espaço para a redução das tarifas de energia elétrica –que estavam, em agosto, 16% acima da média do ano passado no caso da industrial e 19% na residencial.
Combustíveis
Os postos de gasolina vão manter as promoções para venda de combustível, apesar da redução de 2% no preço da gasolina e do álcool, válida desde ontem.
``Para terminar os descontos, os preços teriam de baixar 25%", disse Aldo Guarda, presidente do Sincopetro, sindicato que reúne os postos de gasolina de São Paulo.
Guarda disse que os 25% correspondem ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que a maioria dos postos não paga devido a mandados de segurança ganhos na Justiça.
Juarez Rizzieri, da Fipe, afirma que a redução de preços terá pouco efeito nos índices de inflação –cerca de 0,15%.
Segundo Guilherme Estrada, da Abiquim, o impacto da redução no seu setor é mínimo. A matéria-prima mais importante é a nafta petroquímica, que tem desde janeiro uma regra de preço ``que já leva em conta o petróleo no mercado internacional".
Colaborou a Reportagem Local

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