São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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Médico diz que rapaz pode ter esquizofrenia

ISNAR TELES; JAIME AVENDANO; MARIA REGINA ALMEIDA
DA FOLHA VALE

O psiquiatra Hélio Alves de Souza, do hospital psiquiátrico Chuí, onde Gustavo Pissardo, 21, está internado, cumprindo prisão preventiva, disse que o estudante está sob efeito de sedativos. A primeira avaliação do quadro clínico de Pissardo aponta para uma possível esquizofrenia.
O estudante confessou ter matado o pai Gumercindo, 46, a mãe Adelaide, 49, a irmã Maria Paula, 18, e os avós paternos João e Antônia Pissardo, entre a madrugada de quinta-feira e a manhã da última sexta-feira. Depois, comprou roupas em um shopping e foi para a praia com a namorada.
Segundo o psiquiatra, durante a noite o rapaz teve crises e foi medicado. A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica que não tem cura. Os principais sintomas são alucinações e delírios.
Pissardo será avaliado por uma equipe médica, que irá elaborar um laudo sobre sua sanidade mental. Hélio Alves de Souza, 55, responsável pelo laudo já tratou de dois pacientes envolvidos em mortes de familiares.
O advogado José Carlos de Oliveira obteve permissão judicial para que o estudante fique internado.
Pissardo está sob escolta policial e incomunicável. Ele teve prisão preventiva de 30 dias decretada. Após laudo médico, um juiz decide onde será cumprido o período restante da prisão preventiva.
Para o delegado Luiz Vallias, a internação do estudante é uma ``manobra" para tentar obter um laudo de insanidade mental. Caso o laudo indique normalidade, Pissardo terá que aguardar julgamento em uma cadeia comum. O advogado diz temer que o estudante seja assassinado na cadeia.
A namorada de Pissardo, a estudante de magistério Maria Cristina Salles de Oliveira, 21, disse ontem durante depoimento que não sabia de nada do que havia acontecido. Ela disse à Folha que passou um fim-de-semana ``normal" com o namorado em Caraguatatuba.
Adriano Pissardo, 19, disse ontem após prestar depoimento, que seu irmão, Gustavo, está muito abalado. Ele disse que vai continuar dando apoio ao irmão.

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