São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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Estudante que matou família fica internado

ISNAR TELES
DA FOLHA VALE

O advogado José Carlos de Oliveira obteve permissão judicial para que o estudante Gustavo Pissardo, 21, que matou pai, mãe, irmã e avós, fique internado no hospital psiquiátrico Chuí, em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP).
Gustavo, que confessou anteontem o crime, está sob escolta policial e incomunicável. Segundo o advogado, há risco de que o estudante tente se matar.
Gustavo teve prisão preventiva de 30 dias decretada pelo juiz-corregedor de São José, Joaquim Figueira do Nascimento.
Após avaliação médica feita no hospital psiquiátrico, o juiz decide onde o estudante cumprirá o período restante da prisão preventiva.
Ele permanece no hospital durante o tempo que os médicos julgarem necessário para que seja feita avaliação de seu estado mental.
Para o delegado Luiz Vallias, da Divisão de Homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), a internação do estudante é uma ``manobra" para tentar obter um laudo de insanidade mental.
Foi Vallias quem pediu a prisão preventiva do estudante.
``Para mim ele (Pissardo) é um assassino frio e calculista", disse.
Se o advogado conseguir laudo de insanidade mental, Gustavo não deve ser preso em uma cadeia pública comum, caso seja julgado culpado pelos crimes.
``Se a medicina provar que houve bloqueio psicológico iremos trabalhar com isso", disse Oliveira, que pretende usar o laudo médico como principal tese de defesa.
Se ficar comprovada a insanidade do estudante, a Justiça determina um hospital onde ele aguardará o julgamento.
Caso o laudo médico indique normalidade, Gustavo terá que aguardar julgamento em uma cadeia comum. O advogado diz temer que o estudante seja assassinado na cadeia.
Oliveira diz que, se Gustavo for considerado culpado, pode ir para a Casa de Custódia e Tratamento, em Taubaté, onde ficou preso por três anos o estudante Roberto Peukert, que também matou cinco pessoas da família, em São Paulo.
Pissardo confessou ter matado o pai Gumercindo, 46, a mãe Adelaide, 49, a irmã Maria Paula, 18, e os avós paternos João e Antônia Pissardo, entre a madrugada de quinta-feira e a manhã da última sexta-feira.
Os crimes ocorreram em um período de aproximadamente sete horas nas cidades de São José dos Campos e Campinas. A polícia desconfiou do rapaz porque ele foi visto por uma testemunha em Campinas

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