São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994 |
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Arraes e Suruagy vão governar Pernambuco e Alagoas pela 3ª vez ARI CIPOLA ARI CIPOLA; CRIS GUTKOSKI
Este quadro informou erradamente que Divaldo Suruagy foi eleito governadoe este ano pelo PSB. Suruagy hoje está no PMDB, como consta na reportagem. CRIS GUTKOSKI Dois caciques políticos do Nordeste, Divaldo Suruagy (PMDB-AL) e Miguel Arraes (PSB-PE), devem governar seus Estados pela terceira vez. Eles se igualam assim a Gilberto Mestrinho (PMDB) e Leonel Brizola (PDT). Mestrinho foi três vezes governador do Amazonas, enquanto Brizola já governou o Rio Grande do Sul (uma vez) e o Rio de Janeiro (duas vezes). Apesar de terem origens políticas diferentes, Suruagy e Arraes são considerados mitos pelos eleitores de Alagoas e Pernambuco. Enquanto Suruagy aderiu aos governos militares, sendo eleito indiretamente governador em 74, Arraes manteve-se na esquerda. Quando Arraes foi preso em 1964, por ser considerado um governador comunista, Suruagy iniciava a sua carreira política e ocupava o cargo de secretário da Fazenda de Alagoas, no governo de Luiz Cavalcante (PSD). Foi por esse partido que, em 1965, ele conseguiu ser eleito prefeito de Maceió. Em 1986, Arraes traçou alianças mais ao centro e foi eleito governador pelo PMDB, partido pelo qual Suruagy deve se eleger novamente agora governador. É de Suruagy o recorde nacional de uma eleição proporcional. Em 78, após deixar seu primeiro governo, foi eleito deputado com 102 mil votos, o que significava um terço do eleitorado alagoano. Arraes também é bom de voto. Em 86, por exemplo, foi eleito governador com 53,5% dos votos. Para chegar pela primeira vez ao governo pernambucano, Arraes teve mais dificuldades. Em 62, pelo PST, conseguiu 43,53% dos votos. Seu opositor, João de Oliveira (UDN), teve 41,32%. Suruagy e Arraes são considerados bons articuladores de bastidor. Para essa eleição, Arraes formou uma coligação de sete partidos. Suruagy continuou com apoio das oligarquias alagoanas, mas conseguiu atrair o PC do B e antigos desafetos. ``Nunca fui de direita. Sou filho de PM", diz. Ele sempre foi afinado politicamente com os ex-senadores Arnon de Mello, pai do ex-presidente Collor, e Rui Palmeira, pai do ex-vice de Fernando Henrique Cardoso, senador Guilherme Palmeira. A união de Suruagy com Collor só se desfez em 86, quando Collor venceu Guilherme Palmeira na disputa pelo governo do Estado. Hoje, Suruagy é o principal opositor do ex-presidente em Alagoas. Texto Anterior: Duas mulheres terão vagas do RS na Câmara Índice |
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