São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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USP é obrigada a mudar seleção de docente

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de agora, todos os concursos para contratação de professores pela USP deverão ter notas. Até a semana passada, os processos seletivos da maioria dos departamentos apenas classificava os candidatos por ordem.
A Comissão de Legislação e Recursos da universidade foi encarregada de definir como será esta pontuação. A decisão foi tomada na última reunião do Conselho Universitária, na semana passada.
Nesta reunião, os conselheiros votaram pelo cancelamento de um concurso realizado sem pontuação há cerca de dois anos no Departamento de Línguas Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Um dos candidatos derrotado entrou com recurso no Conselho Universitário alegando, entre outras supostas irregularidades, a inexistência de pontuação.
O parecer do professor de direito constitucional José Afonso da Silva considerou que todos os participantes de um concurso público devem receber notas. ``Se não se atribui nota, anula-se o concurso."
Diante do parecer, a maioria dos conselheiros votou pela anulação do concurso e pela exigência de pontuação nos próximos. De agora em diante, não basta mais a banca dizer quem ficou em 1º, 2º ou 3º lugar. É preciso dar notas.
Segundo o reitor Flávio Fava de Moraes, ``a decisão não retroage a outros concursos porque não houve recurso". Estima-se que mais de 50 professores foram contratados desta forma nos últimos anos.
Com a anulação do concurso, o professor Andrea Lombardi, que ensina língua e cultura italiana, foi afastado de seu cargo. Na sexta-feira, os alunos entregaram um abaixo-assinado à direção da faculdade lembrando que 100 deles podem perder o semestre.
A direção da escola estuda a contratação de um professor substituto enquanto aguarda a realização de um novo concurso.

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